A volatilidade nos mercados, a necessidade de flexibilidade e a preservação da credibilidade emergem como fatores determinantes para a mudança de direção sinalizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em relação aos próximos passos da taxa Selic.
Na mais recente decisão do Copom, que reduziu a taxa Selic de 11,25% para 10,75%, a retirada da indicação para as próximas duas reuniões foi uma das principais novidades, indicando um compromisso com apenas mais um corte dos juros.
A divulgação da ata pelo Banco Central nesta terça-feira (26) reforça que a mudança de direção é motivada pela necessidade de maior flexibilidade nas próximas ações do Copom.
Além disso, o texto destaca a preocupação dos membros do colegiado com a possibilidade de volatilidade nos mercados brasileiros e o risco para a credibilidade da própria instituição.
Na discussão sobre a condução da política monetária, a ata indica que todos os membros concordaram com a redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual, visando ajustar o grau de aperto monetário previsto.
Em seguida, o comitê iniciou o debate sobre a sinalização futura da política monetária, reconhecendo os benefícios e custos da abordagem adotada até então.
Adiante, a ata aponta que o debate na reunião centrou-se na comunicação, em um contexto que requer maior flexibilidade para atingir a meta de inflação.
Os membros avaliaram a conveniência de alguma indicação para a decisão de junho, considerando que o cenário-base permaneceu relativamente estável, mas com incertezas crescentes.
Após avaliar os argumentos, o Copom concluiu unanimemente que o cenário mais incerto reduzia os benefícios da sinalização futura e aumentava seus custos.
Diante disso, comunicou a antecipação de uma redução de mesma magnitude na próxima reunião, ressaltando que a mudança na comunicação reflete uma alteração na incerteza e não no cenário-base.
A alteração na sinalização futura é interpretada como uma análise de custo-benefício do uso desse instrumento adicional de política monetária, sem indicar uma mudança no ciclo de política monetária compatível com o cenário-base.