Nesta quinta-feira (18), Itaú BBA e XP reiteraram suas sugestões de compra para as ações da Sabesp (SBSP3), impulsionadas por dois eventos que pavimentaram o caminho para a privatização da empresa de saneamento básico.
Um desses eventos foi a divulgação, pelo governo paulista, detentor do controle da empresa, do modelo que guiará a gestão da Sabesp após sua privatização.
Resumidamente, a participação do governo será reduzida de 50,1% para uma faixa entre 18% e 30% do capital, enquanto cerca de 15% das ações serão oferecidas a um grande investidor.
Segundo informações divulgadas pela imprensa nas últimas semanas, potenciais interessados em adquirir essa parcela da Sabesp incluem Aegea, Equatorial (EQTL3), Cosan (CSAN3), Votorantim e IG4.
Essas ações serão vendidas separadamente, o que significa que seus preços podem divergir daqueles oferecidos ao público em geral.
O Itaú BBA, em comunicado, considerou os termos do acordo altamente positivos, oferecendo uma solução perspicaz para a questão que tem preocupado investidores: como atrair um investidor estratégico sem inflacionar o preço das ações da Sabesp?
Outro passo crucial foi dado com a aprovação, pela Câmara Municipal de São Paulo, do projeto de adesão da cidade ao modelo de privatização.
O projeto recebeu 36 votos favoráveis e 18 contrários. Vale ressaltar que a cidade representa quase metade do faturamento da Sabesp, atendendo 375 municípios no estado.
O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, indicou que a privatização da Sabesp resultará em redução das tarifas para os consumidores. Para clientes de baixa renda, o desconto será de 10%, enquanto para os demais clientes residenciais será de 1%.
As tarifas para outras categorias também sofrerão redução, estimada em 0,5%. Segundo o governo, caso a privatização falhe, as tarifas da empresa aumentariam 18% acima da inflação até 2030.
Quanto aos próximos passos, o governo paulista estabeleceu um cronograma estimado para as fases subsequentes da privatização:
- Aprovação do modelo de concessão, diretrizes de oferta e termos de governança pelo Conselho Estadual de Desestatização (CDPED);
- Assinatura do novo contrato de concessão, prevista para maio de 2024;
- Aprovação dos detalhes da oferta e preço mínimo, até junho;
- Lançamento da oferta, em junho ou julho;
- Conclusão da oferta, em agosto.
Com esses avanços, o Itaú BBA enfatiza que a avaliação atual das ações da Sabesp (SBSP3) é altamente atrativa, reforçando sua recomendação de compra com um preço-alvo de R$ 120,30 por ação, o que representa um potencial de alta de cerca de 50% em relação aos valores atuais.
Na mesma linha, os analistas da XP, Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, mantêm a recomendação de compra para SBSP3, destacando que um parceiro estratégico pode impulsionar significativamente o valor das ações, facilitando a implementação de um plano de redução de custos após a privatização.
Na sessão atual, SBSP3 apresentava um aumento de 0,8%, cotado a R$ 82,10, por volta das 13h (horário de Brasília) na B3, enquanto o Ibovespa registrava uma leve queda de 0,1% no mesmo horário.