Segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (6), as contas do setor público consolidado registraram um superávit primário de R$ 1,2 bilhão em março deste ano. Esse é o primeiro saldo positivo desde janeiro.
Porém, a dívida pública subiu para 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo mês, atingindo o patamar mais elevado em dois anos.
O superávit primário ocorre quando as receitas provenientes de impostos superam as despesas, excluindo os juros da dívida pública. O resultado abrange o governo federal, estados, municípios e empresas estatais.
De acordo com o BC, o superávit de março nas contas públicas foi impulsionado pelo desempenho positivo dos estados e municípios, uma vez que o governo federal registrou déficit de R$ 1,9 bilhão no mesmo mês.
Os estados e municípios apresentaram um saldo positivo de R$ 3,4 bilhões, enquanto as empresas estatais tiveram um saldo negativo de R$ 343 milhões.
No acumulado dos três primeiros meses deste ano, as contas públicas apresentaram um superávit de R$ 54,63 bilhões, correspondente a 2% do PIB, em comparação com os R$ 58,4 bilhões (2,2% do PIB) registrados no mesmo período do ano anterior.
Quanto à dívida pública, ela alcançou 75,7% do PIB em março, totalizando R$ 8,34 trilhões, o maior nível desde abril de 2022. O crescimento da dívida está relacionado às despesas com juros, emissão de títulos pelo Tesouro Nacional no mercado financeiro e redução do PIB nominal.
Apesar das medidas de ajuste fiscal adotadas, as projeções indicam que a dívida pública brasileira poderá atingir 87,5% do PIB em 2032, de acordo com pesquisa do Banco Central.
O governo estima que a dívida alcance até 79,7% do PIB em 2027, podendo chegar a 90,1% do PIB em 2028, dependendo das previsões para as contas públicas e para o PIB, conforme revelado na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, divulgada em abril.