Os mercados financeiros globais encerraram a semana com um tom de cautela, impulsionado pelo aumento da aversão ao risco e pela correção em diversos ativos após intensas altas. No Brasil, o índice Ibovespa perdeu força, negociando abaixo das médias móveis de curto prazo, o que indica um enfraquecimento no fluxo comprador. O dólar futuro reagiu com um forte repique, encerrando uma sequência de quedas, enquanto as bolsas dos Estados Unidos, como a Nasdaq e o S&P 500, enfrentaram suas maiores perdas em meses, gerando incertezas quanto à continuidade das máximas históricas. O Bitcoin, após atingir um novo recorde nominal, experimentou forte volatilidade e reverteu parte dos ganhos.
O cenário de curto prazo sugere um ajuste técnico. Embora a tendência de alta persista para alguns ativos, a redução da força compradora e a quebra das médias móveis curtas exigem atenção dos investidores. Os pontos de suporte e resistência tornam-se essenciais para o direcionamento dos próximos pregões.
Análise Técnica do Ibovespa
O Ibovespa observa um movimento de baixa no curto prazo, após atingir sua máxima histórica de 147.578 pontos. Atualmente, o índice opera abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, que estão inclinadas para baixo, sinalizando potencial continuidade do fluxo vendedor.
Na última sessão, o Ibovespa caiu 0,73%, fechando a 140.680 pontos. Em outubro, a queda acumulada é de 3,80%, embora ainda exiba uma alta de 16,96% em 2025. O Índice de Força Relativa (IFR) está em 39,85, indicando uma zona neutra, mas próxima da sobrecarga.
Para retomar a tendência de alta, o índice precisará superar as resistências em 142.765/143.606, seguido por 145.145/146.520 pontos, com o objetivo imediato de alcançar o topo histórico em 147.578 pontos. Acima desse nível, as projeções de preços são de 147.700/148.625 pontos. Por outro lado, para manter o movimento corretivo, um rompimento em 140.231/139.581 abrirá espaço para 137.058/133.875 e, potencialmente, 133.330/131.550 pontos.
Análise Técnica do Dólar
O dólar futuro apresenta uma tendência de baixa desde o final de 2024, atingindo uma resistência em 6.756,5 pontos e acumulando uma queda de 15,68% em 2025. Em uma reviravolta, a última sessão registrou um aumento inesperado de 2,83%, encerrando a 5.559,5 pontos. Com essa movimentação, quebraram-se as médias móveis, sinalizando um possível ajuste técnico após semanas de desvalorização. O IFR (14) está em 65,58, próximo à zona de sobrecarga, indicando uma possível consolidação.
Para retornar à sua tendência de baixa, o dólar necessita negociar abaixo de 5.457/5.419 pontos, com projeções em 5.383/5.325 e 5.319/5.259 pontos. Por outro lado, para prosseguir na alta, deverá superar 5.560/5.582,5, mirando 5.608/5.667 e alvos mais longos em 5.758/5.787,5 pontos.
Análise Técnica da Nasdaq
A Nasdaq enfrenta um período de correção após alcançar seu topo histórico de 25.195 pontos. Na última semana, o índice caiu 3,49%, interrompendo uma sequência de altas. Apesar da queda, acumula um ganho de 15,27% em 2025 e está cotado a 24.221 pontos, embora atualmente opere abaixo das médias, o que sugere cautela. Em outubro, o índice já registrou uma desvalorização de 1,86%.
Para um retorno ao viés altista, a Nasdaq precisa recuperar suas médias e romper resistências em 24.505/24.713, visando novamente o topo em 25.195 pontos. Se ultrapassado, os alvos projetados serão 25.300 e 25.600/25.990 pontos. Caso o movimento de baixa continue, um rompimento em 24.186/23.969 pode levar o índice a suportes em 23.698/23.279 e, eventualmente, a 22.959/22.675 pontos.
Análise Técnica do S&P 500
O S&P 500 também perdeu força após atingir sua máxima histórica de 6.764 pontos. Com um recuo de 2,03% em outubro, o índice acumula alta de 11,41% em 2025, cotado atualmente a 6.552 pontos. A forte queda da última sessão resultou na ruptura das médias curtas, que agora funcionam como resistência imediata.
Para restaurar o fluxo comprador, o S&P 500 precisa superar a faixa de 6.600/6.693 pontos, visando novamente o pico de 6.764. Se romper esse patamar, os alvos projetados estarão em 6.815 e 6.870/6.945 pontos. A manutenção da tendência de baixa poderá levar o índice aos níveis de 6.532/6.416 e, em um movimento mais significativo, a 6.343/6.296, com possíveis suportes em 6.201/6.147 pontos.
Análise do Bitcoin
O Bitcoin experimentou uma correção acentuada após alcançar sua nova máxima histórica de US$ 126.199, apresentando uma queda superior a 9% na semana. O desempenho em outubro agora reflete uma desvalorização de 2,01%, embora ainda mantenha um aumento de 19% em 2025. Após o pico, o ativo entrou em um movimento lateral, evidenciando a perda de força compradora.
Para recuperar a tendência de alta, o Bitcoin precisa romper a resistência em US$ 117.900/US$ 124.474, visando o recente topo em US$ 126.119. Recursos adicionais estão projetados em US$ 127.400 e US$ 129.900. Para continuar com o movimento corretivo, uma quebra dos suportes em US$ 108.631/US$ 107.255 abrirá espaço para US$ 105.100/US$ 100.000 e, posteriormente, US$ 97.895/US$ 92.800.
IFR (14) – Ibovespa
O IFR (Índice de Força Relativa) é um dos indicadores mais utilizados na análise técnica, medido em uma escala de 0 a 100. Normalmente, um período de 14 é aplicado. Uma leitura abaixo ou próxima a 30 indica sobrecarga e oportunidades de compra, enquanto valores acima de 70 sugerem sobrecompra e potenciais correções.
Além disso, o IFR permite a aplicação de outras técnicas, como suportes, resistências e divergências. As cinco ações mais sobrecompradas e sobrevendidas do Ibovespa estão sendo monitoradas de perto.
(Elaboração: Rodrigo Paz, analista técnico)