No cenário financeiro brasileiro, Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) ocupam posições distintas, sem competição direta entre elas. Ambas, no entanto, se destacam como opções atraentes para investidores em busca de renda passiva, devido a seus históricos consistentes de pagamento de dividendos. A questão que surge é: quem paga mais dividendos, Petrobras ou Banco do Brasil?
Leonardo Andreoli, analista da Hike Capital, avalia que as ações de ambas as empresas são promissoras dentro de uma carteira de investimentos em renda variável. Contudo, ele alerta para o risco de intervenções governamentais em decisões estratégicas que podem impactar os resultados financeiros. “A Petrobras possui fundamentos operacionais sólidos e ativos de classe mundial, mas as incertezas políticas podem afetar sua valorização”, explica Andreoli.
Por outro lado, o Banco do Brasil se posiciona como uma instituição com balanço robusto e indicadores de capital favoráveis, especialmente em um cenário de altas taxas de juros, que beneficiam sua margem financeira. “O BB se destaca pela sua solidez operacional”, complementa o analista.
Petróleo vs. Setor Bancário: Análise dos Dividendos
Ao comparar os dividendos pagos por ambas as companhias, os dados são reveladores. Nos últimos 10 anos, o retorno anual médio em dividendos da Petrobras foi de 10,8%, superando os 9% do Banco do Brasil. Conforme levantamento solicitado por InfoMoney a Andreoli, um investimento de R$ 10 mil em PETR4 poderia ter se transformado em R$ 171.938 com o reinvestimento dos dividendos. Em contrapartida, a mesma quantia aplicada em BBAS3 resultaria em R$ 56.238.
A Petrobras também mantém a liderança ao considerar o desempenho dos últimos cinco anos. Com o reinvestimento de dividendos, R$ 10 mil aplicados na petroleira teriam crescido para R$ 58.141, enquanto no Banco do Brasil o retorno seria inferior, alcançando apenas R$ 23.036.
Andreoli aponta que os dividendos expressivos da Petrobras são fruto de um rigoroso processo de desalavancagem e foco em eficiência operacional nos últimos anos. Esse esforço permitiu à estatal recuperar margens e melhorar a geração de caixa após dificuldades significativas em sua governança e altos níveis de endividamento.
No contexto recente, a Petrobras tem mostrado resultados consistentes, sustentados por aumento na produção no pré-sal e por medidas de controle de custos. “A empresa mantém a geração de caixa em patamares altos, mesmo em um ambiente de volatilidade no preço do petróleo”, destaca Andreoli.
O Banco do Brasil, por sua vez, passou por um processo de fortalecimento ao longo dos últimos anos, solidificando sua posição como uma das principais instituições financeiras do Brasil. A instituição apresentou ganhos de eficiência, diversificação de receitas e rentabilidade em linha com suas concorrentes privadas, mesmo em períodos desafiadores. Andreoli ressalta a taxa de crescimento consistente do lucro líquido e a expressiva distribuição de dividendos como resultados de melhorias na eficiência operacional, impulsionadas pela adoção de tecnologia e digitalização. No entanto, ele alerta que a natureza estatal do banco ainda pode introduzir riscos relacionados a decisões de crédito e dividendos que podem ser afetadas por diretrizes governamentais.