A popularização dos contratos futuros de criptoativos e ouro na B3 tem atraído novos investidores ao day trade. Entretanto, especialistas alertam que o sucesso nessa modalidade vai além do entusiasmo inicial. Para os traders José Mograbi e Lucas Azevedo, a mentalidade do operador é mais determinante que o capital investido ou o tipo de ativo escolhido.
Durante o episódio 72 do programa GainDelas, disponível no canal GainCast, os profissionais defenderam que a educação adequada, a gestão de risco e a paciência são essenciais para navegar nesse mercado volátil.
Com uma experiência de 14 anos no setor financeiro, Mograbi enfatizou a importância de entender que a maestria no day trade não é alcançada rapidamente. “Não acredito que alguém consiga ficar bom em day trade com menos de três anos de prática”, afirmou.
Azevedo complementou que muitos iniciantes são atraídos por promessas irrealistas. “Há pessoas que promovem o day trade de maneira agressiva, sugerindo que é possível começar com R$ 100 e ganhar R$ 1.000 por dia, o que leva a uma mentalidade equivocada”, alertou.
Errar faz parte
Ambos os traders concordaram que o capital disponível é menos importante do que a preparação emocional e técnica para o trade. Mograbi observa que já viu operadores indisciplinados com grandes quantias, ao passo que aqueles com menos recursos, mas disciplina, tendem a se sair melhor. “O problema não é o capital, mas a disciplina”, afirmou.
Azevedo, por sua vez, sugeriu que, mesmo investidores com maiores quantias deveriam começar de forma modesta para minimizar erros e frustrações iniciais. “Comece errando barato; assim, o preço de aprender é menor”, recomendou.
O ajuste de expectativas é fundamental, segundo os traders. Eles destacaram que mesmo o renomado investidor Warren Buffett, conhecido por sua consistência, alcançou uma média de 20% ao ano, enquanto muitos iniciantes almejam resultados diários irreais.
Caberá aos operadores não apenas aprender as técnicas do mercado, mas também desenvolver o autoconhecimento. Mograbi ressaltou que parte do aprendizado é reconhecer e evitar suas limitações. “Eu não opero de 9 às 10, pois sei que não consigo. Reconhecer isso é parte do processo”, explicou.
Concluindo, os traders enfatizaram que o day trade é uma atividade que exige decisões rápidas e uma forte resistência emocional. Para garantir a longevidade neste campo, é crucial enxergar o mercado como um processo contínuo e não como uma fonte de ganhos imediatos. “Se isso aqui demora tempo, a missão é permanecer ativo nesse período”, finalizou Mograbi.
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