O cenário de juros elevados no Brasil continua a influenciar a indústria de fundos imobiliários. Segundo Felipe Sousa, analista da Andbank, investidores devem considerar não apenas a renda imediata, mas também o potencial de valorização a longo prazo ao montar suas carteiras.
Para aqueles que dependem do fluxo mensal de renda, Sousa sugere a concentração em fundos de recebíveis. Estes instrumentos oferecem indexação mensal garantindo previsibilidade, desde que baseados em operações e carteiras de crédito sólidas. O analista destaca a preferência por fundos maiores e mais líquidos, com patrimônio superior a R$ 1 bilhão, ressaltando a importância da segurança na escolha dos ativos.
Por outro lado, para investidores que buscam ganhos patrimoniais à custa de parte do rendimento, os fundos de tijolo continuam sendo essenciais. Sousa explica que é nos fundos de tijolo que se pode captar oportunidades, como a reprecificação dos aluguéis e a diminuição da vacância, que abrem espaço para valorização real. Um exemplo mencionado é o HGPO11, que alcançou retorno significativo através da valorização de seus ativos.
O analista ainda afirma que em ciclos de juros mais baixos, combinados com crescimento econômico e inflação controlada, os fundos de tijolo podem se beneficiar substancialmente. “Isso ocorre devido ao potencial aumento de dividendos e possibilidades de vendas de ativos que podem criar fluxos não recorrentes importantes”, enfatiza Sousa.
Exemplos recentes corroboram essa tendência. O XP Malls (XPML11) destacou-se ao registrar ganhos significativos mesmo em um ambiente de juros altos, enquanto o RCRB11 conseguiu reduzir a vacância de dois dígitos para apenas 2%, um patamar considerado saudável. Sousa observa que há oportunidades em fundos de tijolo mais maduros, que, apesar de apresentarem ativos sólidos, ainda são negociados a preços atrativos, especialmente para investidores de médio e longo prazo.
Para mais detalhes sobre o tema, a entrevista completa com Felipe Sousa está disponível no programa Liga de FIIs, que é transmitido às quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no YouTube.