A Méliuz (CASH3), Bitcoin Treasury Company, anunciou na quarta-feira, 8 de novembro, a aprovação de um programa de recompra de até 9,1 milhões de ações, que corresponde a 10% do total de ações em circulação. As ações da empresa fecharam com uma valorização de 4%, alcançando R$ 4,41, após uma alta de quase 6% durante o dia.
O objetivo do programa de recompra é maximizar a geração de valor para os acionistas, possibilitando um eventual aumento na distribuição de bitcoin por ação. A decisão ocorre um dia após a publicação de um relatório do BTG Pactual (BPAC11), que indicava possíveis movimentações da empresa nesse sentido.
O BTG destacou que a avaliação atual da Méliuz, quando se exclui o caixa líquido, é análoga a padrões observados em ciclos anteriores da companhia. Em ocasiões passadas, a empresa implementou reduções de capital totalizando aproximadamente R$ 440 milhões—cerca de 85% do valor de mercado antes da primeira distribuição—que resultaram em um incremento significativo nas ações.
“O cenário atual não dispõe de um excedente de caixa tão elevado, mas, considerando o preço das ações e a melhora na operação do negócio legado, seria esperado que a Méliuz explorasse alternativas para a recompra”, afirmaram analistas do BTG.
De acordo com o relatório, se o negócio legado fosse avaliado em cerca de R$ 200 milhões, representando um múltiplo EV/EBITDA inferior a 3 vezes, as ações poderiam valorizar até 35%. Essa assimetria favorável foi confirmada com o anúncio da recompra.
Negócio Legado Subvalorizado
Diferente de concorrentes globais, o negócio legado da Méliuz apresenta um valor de mercado abaixo de US$ 90 milhões, mas ainda pode ter relevância. O BTG projetou uma melhoria operacional para o terceiro trimestre de 2025, com EBITDA potencialmente atingindo R$ 20 milhões, superando a estimativa anterior de R$ 16 milhões.
Atualmente, a Méliuz continua a gerar valor por meio da valorização do Bitcoin (BTC), que, até o segundo trimestre de 2025, somava R$ 30 milhões. Considerando a flutuação no valor do BTC ao longo do ano e a recente queda das ações, o BTG estima que o negócio legado vale cerca de R$ 30 milhões, equivalente a menos de 0,5 vez EV/EBITDA.