O volume investido em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) atingiu R$ 83,5 bilhões em dezembro de 2024, um crescimento de 49,77% em relação aos R$ 55,8 bilhões registrados no final de 2023, conforme levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Em 2025, essa tendência de alta tem se mantido: em fevereiro, o patrimônio líquido dos COEs alcançou R$ 88,4 bilhões, marcando um avanço de 5,77% em relação ao final do ano anterior.
A valorização em 2024 foi a mais significativa desde 2021, quando o volume de COEs cresceu 56%. A tabela abaixo ilustra a evolução dos investimentos nos últimos anos:
Período | Volume investido (R$ Bilhões) | Variação |
dez-19 | 16,26 | 8,23% |
dez-20 | 19,91 | 22,49% |
dez-21 | 31,22 | 56,75% |
dez-22 | 42,96 | 37,62% |
dez-23 | 55,82 | 29,92% |
dez-24 | 83,59 | 49,77% |
fev/25 | 88,41 | 5,77% |
Fonte: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
A demanda por COEs tem sido impulsionada principalmente por investidores de varejo e de alta renda. O volume investido por investidores de varejo cresceu de R$ 8 bilhões para R$ 12,8 bilhões entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, um aumento de 60%. Para os investidores de alta renda, os aportes passaram de R$ 43,9 bilhões para R$ 66,1 bilhões, representando um crescimento de 51%. O segmento private também apresentou uma recuperação, com um aumento de 20% no volume, encerrando 2024 com R$ 4,6 bilhões.
Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) são uma alternativa no mercado financeiro brasileiro, assemelhando-se às Notas Estruturadas encontradas nos Estados Unidos e na Europa. Eles são utilizados por investidores que buscam rentabilidade com risco controlado, combinando investimentos em renda fixa e renda variável, com retorno atrelado a uma variedade de ativos, como:
- Ações nacionais e estrangeiras;
- Índices da B3 e bolsas internacionais;
- Taxas de juros;
- Commodities;
- Moedas;
Os COEs oferecem vantagens significativas, como:
- Flexibilidade em cenários de investimento, permitindo buscar ganhos em diferentes contextos de mercado.
- Exposição a ativos sofisticados, incluindo câmbio, ações e fundos internacionais.
- Potencial para retornos elevados, superando a renda fixa.
- Risco controlado, com perdas limitadas ao valor investido em muitas modalidades.
- Tributação regressiva do Imposto de Renda.
- Isenção de custos de manutenção, como taxas de administração e custódia.
- Diversificação de investimentos de forma simplificada.
Embora a aplicação em COEs represente uma boa alternativa para investidores com perfil moderado, sua análise deve incluir a atenção a alguns riscos. A XP aponta que, apesar da possibilidade de retornos superiores à renda fixa, os COEs não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Outros riscos incluem a falta de liquidez a curto prazo e a garantia de capital apenas na data de vencimento do título.
Para investir com segurança, é essencial que o investidor compreenda bem a instituição emissora do COE, priorizando bancos com credibilidade no mercado. Os principais riscos associados ao COE são:
- Ausência de garantia pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
- Ilíquidez a curto prazo;
- Proteção do capital apenas na data de vencimento do título.