O mês de abril revelou-se desafiador para as petroleiras brasileiras, com a cotação do petróleo caindo acentuadamente. Tanto o petróleo WTI quanto o Brent estão sendo negociados abaixo de US$ 70, refletindo uma tendência negativa iniciada após o “Dia da Libertação”, quando o governo dos Estados Unidos anunciou tarifas recíprocas.
A Petrobras (códigos PETR3 e PETR4) experimentou perdas significativas, com suas ações ordinárias registrando uma queda de aproximadamente 18% e as preferenciais com baixa de 15%.
Apesar desse cenário, a equipe de análise do UBS BB recomendou a compra das ações da estatal, considerando que o desempenho inferior das mesmas resulta em rendimentos mais atrativos. Contudo, o preço-alvo para os ativos de ambas as categorias foi ajustado de R$ 49 para R$ 46, refletindo a queda do preço do petróleo.
Os analistas preveem um retorno de dividendos em torno de 13% para 2025, mesmo após a desvalorização das ações que variam entre 15% e 20%. Isso ocorre, em parte, devido a uma revisão nas expectativas para o Brent, que foi cortado em US$ 10/bbl para os anos de 2025-2026.
Conforme analisado por Matheus Enfeldt e sua equipe, as preocupações com o investimento em capital (capex) no quarto trimestre de 2024 e a volatilidade no mercado de petróleo afetaram negativamente a percepção da Petrobras, levando investidores a preferirem ações de outras empresas no Brasil. Entretanto, a análise sugere que as ações da estatal podem se tornar mais atraentes, devido à expectativa de crescimento da produção e uma recuperação do Brent.
Quanto ao capex, permanece sendo um tema crucial. As estimativas para investimentos em 2025 foram ajustadas, agora variando de US$ 13 a 16 bilhões, com a expectativa atual em US$ 14,8 bilhões.
As projeções de preço do Brent foram revisadas conforme segue:
- 2025: US$ 66/bbl
- 2026: US$ 65/bbl
- 2027: US$ 70/bbl
A faixa prevista para o preço do Brent está entre US$ 50 e US$ 75/bbl, com riscos de queda oriundos de crises econômicas e fatores de alta associados a eventuais interrupções no fornecimento.
A Rico Investimentos também mantêm uma visão otimista em relação à Petrobras. Apesar da recente queda nos preços do petróleo e no mercado em geral, consideram os fundamentos da Petrobras e da PRIO (PRIO3) como sólidos e atrativos. A equipe de pesquisa afirma que a queda para US$ 65 por barril não deve ser considerada alarmante.
Os retornos esperados para a Petrobras estão entre 15% e 19%, com o Brent cotado entre US$ 65 e US$ 70. Para a PRIO, os rendimentos projetados variam entre 14% e 16% em 2025, podendo aumentar para 33% a 37% em 2026 com a inclusão do projeto Wahoo.
Ainda segundo a Rico, mesmo considerando um cenário conservador com o Brent a US$ 60, os retornos estimados para a Petrobras girariam em torno de 11%, enquanto para a PRIO seriam de 12,5% em 2025. As análises indicam que os preços atuais das ações tornam as oportunidades de investimento em ambas as empresas ainda mais atraentes.
Por outro lado, recomenda-se cautela com a Brava Energia (BRAV3), que é mais vulnerável a preços altos do Brent, devido à sua alta alavancagem. A PetroRecôncavo (RECV3) deve adotar uma abordagem mais conservadora em relação aos dividendos, com rendimentos previstos para 2025 que podem ser comparáveis aos da PRIO.
O atual nível das ações da Petrobras (PETR4) se encontra na faixa de suporte em torno de R$ 30,00. A análise gráfica sugere que este é um ponto atrativo para aquisição, com expectativa de que a empresa mantenha essa faixa de preço.
