O cometa interestelar 3I/Atlas tem despertado grande interesse entre os cientistas. Esse é o terceiro corpo celeste confirmado como originário de fora do Sistema Solar. Na última semana, o cometa passou pelo periélio, que é o ponto mais próximo do Sol, alcançando uma distância de 204 milhões de quilômetros da nossa estrela.
O astrônomo Emerson Roberto Perez, do Urânia Planetário, explicou algumas das características que chamam a atenção dos pesquisadores. Um dos pontos mais impressionantes é a velocidade do cometa, que pode chegar a 61 quilômetros por segundo. Essa é a maior velocidade já registrada para um cometa. Além disso, a idade do 3I/Atlas é estimada entre 5 e 7 bilhões de anos, o que significa que ele é mais antigo que o próprio Sistema Solar, que tem cerca de 5 bilhões de anos.
O local onde o cometa se formou é próximo ao centro da Via Láctea. Isso resulta em uma composição que é diferente da maioria dos cometas que conhecemos, que se originam dentro do nosso sistema. Perez destacou que a estrutura mais densa do 3I/Atlas e sua origem distante oferecem uma oportunidade valiosa para estudar como outros sistemas planetários se formam.
Em dezembro, o cometa proporcionará um momento importante para a pesquisa espacial. A sonda Clipper, que está a caminho de estudar Europa, uma lua de Júpiter, irá atravessar a cauda do cometa. Isso permitirá, pela primeira vez, a coleta e análise de material proveniente de um corpo interestelar.
A maior aproximação do cometa com a Terra está prevista para 19 de dezembro, quando ele estará a 1,8 unidade astronômica de nosso planeta, o que equivale a aproximadamente 270 milhões de quilômetros. Devido a essa distância, o 3I/Atlas não será visível a olho nu e serão necessários equipamentos profissionais para quem quiser observá-lo.

