No último sábado, 22 de novembro, ativistas climáticos realizaram uma ação no Grande Canal de Veneza, tingindo suas águas de verde. O protesto aconteceu horas antes da COP30, conferência climática que se realiza em Belém, onde os países participantes aprovaram uma declaração que não inclui um plano claro para a redução do uso de combustíveis fósseis.
Greta Thunberg, uma das figuras mais icônicas do movimento ambiental, esteve presente no protesto e, junto com mais 35 membros do grupo Extinction Rebellion, foi multada e interditada de entrar em Veneza por um período de 48 horas. A ação, que faz parte de uma mobilização maior, teve como objetivo chamar a atenção para os impactos do colapso climático.
Segundo informações da organização, o corante usado é ecológico e também foi solto em outros canais, rios e lagos de dez cidades italianas, refletindo a urgência da crise climática que atinge o planeta. Enquanto em Veneza as águas do canal adquiriram um tom verde vibrante, os manifestantes estenderam uma faixa na Ponte Rialto com a frase “Parem o Ecocídio”.
A manifestação, que faz parte do ato denominado “Stop Ecocide”, contou com ativistas vestidos de vermelho e com véus cobrindo os rostos, simbolizando um planeta em colapso. O governador da cidade criticou a intervenção, considerando-a desrespeitosa e alegando que o protesto buscava mais visibilidade do que promover a conscientização sobre as questões ambientais.
Este evento ocorreu em um contexto de debates acalorados na COP30, onde as negociações sobre a redução do uso de combustíveis fósseis não chegaram a um consenso. Mais de 30 países pressionaram por compromissos mais rigorosos, mas no acordo final foi apenas encorajado um esforço voluntário, enquanto países que dependem da indústria petrolífera recusaram metas mais ambiciosas.
Além de Veneza, outras cidades italianas como Gênova, Pádua, Turim, Bolonha, Milão, Parma, Trieste, Palermo e Taranto também foram palco de manifestações semelhantes, que criticam a postura do governo italiano nas discussões da conferência climática. Os ativistas alegam que essas ações ilustram a urgência da crise climática, em contraste com o que consideram uma resposta ineficaz das autoridades.
Greta Thunberg também esteve recentemente envolvida em uma controvérsia após ser detida em Israel, onde tentou se juntar a uma missão humanitária para Gaza. Durante sua detenção, ela afirmou ter enfrentado maus-tratos, uma alegação que foi negada pelo governo israelense. A ativista já havia se deparado com problemas semelhantes em outras ocasiões, em protestos contra subsídios aos combustíveis fósseis, incluindo manifestações reprimidas na Holanda.

