No último fim de semana, as levantadoras de peso Hailey Sikman e Jade Dickens participaram do Campeonato Mundial da Mulher Mais Forte, sem imaginar que se tornariam testemunhas de uma controvérsia envolvendo atletas trans. Durante a competição, a atleta Jammie Booker foi anunciada como vencedora da categoria peso pesado feminino, superando a concorrente Andrea Thompson por apenas um ponto. Contudo, após a revelação do sexo biológico de Booker, a organização Official Strongman alterou os resultados, concedendo o primeiro lugar a Thompson.
Sikman e Dickens afirmaram que não tinham conhecimento sobre o sexo biológico de Booker até o final da competição. Ambas expressaram frustração ao descobrirem a situação. Dickens comentou que, se houvesse conhecimento sobre a condição de Booker, medidas poderiam ter sido tomadas antes do início do evento. Ela acreditava que a organização teria desclassificado Booker se soubesse de sua identidade de gênero no momento da competição.
Embora Sikman também não soubesse, ela admitiu ter suspeitas sobre a aparência de Booker. O evento se desenrolou com uma sensação de normalidade, e Sikman lembrou que tentou se comunicar com Booker, acreditando tratar-se de uma mulher, mas a interação foi superficial. Dickens observou que Booker se comportou de maneira reservada durante a competição, e suas colegas competidoras relataram ter percebido atitudes arrogantes por parte dele.
Após a competição, Booker postou um vídeo no Instagram agradecendo aqueles que o apoiaram, mesmo após a controvérsia. Um vídeo anterior de 2017 de um canal no YouTube, presumivelmente de Booker, mostra-o se identificando como “trans”. Segundo registros, ele não havia competido em eventos femininos antes de junho deste ano, e não está claro se já havia competido como homem.
A Official Strongman divulgou que Booker seria desclassificado, após tentativas de contato sem sucesso. Sikman propôs que sejam estabelecidas medidas mais rigorosas para evitar que atletas masculinos possam competir em categorias femininas, sugerindo a utilização de testes genéticos ou processos de verificação.
Dickens, que é defensora da proteção dos esportes femininos desde 2018, espera que a sociedade reconheça a gravidade da questão. Ela destacou a preocupação de que a confiança nas competições femininas possa ser comprometida quando homens tentam disfarçar suas identidades para obter vantagens em esportes reservados às mulheres.

