O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, afirmou que há uma “crise de confiança” entre o governo de Lula e o presidente da Câmara, Hugo Motta, após a discussão do PL Antifacção. Lindbergh destacou que o governo Lula, representado pelo presidente, expressou descontentamento com a situação, especialmente porque o projeto havia sido iniciado pelo Executivo.
Na última terça-feira, dia 18, o plenário da Câmara aprovou o projeto em uma versão diferente da proposta original, que foi apresentada pelo relator Guilherme Derrite, do PP de São Paulo. A votação teve 370 votos a favor e 110 contra, o que representa uma derrota para o governo.
Lindbergh também fez uma comparação com a crise anterior relacionada à medida provisória que tratou do reajuste do IOF. Ele lembrou que, naquela ocasião, a proposta foi analisada em um plenário com poucas presenças, assim como ocorreu nesta última votação.
A insatisfação do governo em relação à condução do relator foi evidente. A falta de consenso entre as diversas partes levou Derrite a elaborar seis versões do relatório, um indicativo de dificuldades na negociação. Ele recebeu críticas por supostamente tentar restringir a autonomia da Polícia Federal e por ameaçar a soberania nacional. É importante notar que Derrite é secretário licenciado de Segurança Pública do governador de São Paulo e retornou à Câmara para relatar essa proposta específica.
Durante a votação, Derrite esclareceu que não compareceu a uma reunião com os ministros Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, e Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais. Ele justificou que o governo teve mais de 15 dias para discutir o texto, mas não o procurou para diálogo. Essa situação evidencia a tensão nas relações entre o governo e a base aliada na busca por soluções legislativas.

