O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, afirmou neste sábado que não aceitará que nenhum outro país trate o Brasil com desrespeito. Essas declarações ocorreram em um momento em que o Brasil busca melhorar sua relação com os Estados Unidos, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em agosto e também aplicou sanções a ministros da Suprema Corte do Brasil.
Lula fez essas declarações durante um encontro com estudantes em São Bernardo do Campo, na área metropolitana de São Paulo. Ele ressaltou que deseja promover a formação de uma doutrina latino-americana com estudantes do continente, sonhando com um futuro em que a América Latina seja independente e que nenhum presidente de outro país tenha a ousadia de desrespeitar o Brasil. O presidente afirmou que essa postura não é apenas uma questão de coragem, mas sim de dignidade e caráter.
Na mesma ocasião, o governo brasileiro anunciou um edital que prevê o apoio a até 500 cursinhos populares em todo o país, com um investimento estimado em R$ 108 milhões, a ser implementado em 2026.
Sobre a relação com os Estados Unidos, em um discurso na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York no dia 23 de setembro, o ex-presidente Donald Trump mencionou ter tido uma “química excelente” em uma rápida conversa com Lula. Naquela oportunidade, Trump também fez questão de registrar que cumprimentou o presidente brasileiro de forma calorosa.
Duas semanas depois, Lula e Trump mantiveram uma conversa telefônica de cerca de 30 minutos para discutir as tarifas impostas pelos Estados Unidos. O tom da conversa foi avaliado como amigável e positivo, conforme relataram membros do governo brasileiro e o próprio Lula.
Após essa conversa, Marco Rubio, secretário do Departamento de Estado dos EUA, e Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, se reuniram em Washington na tarde de quinta-feira. Atualmente, também está em consideração a possibilidade de um encontro entre Lula e Trump na Malásia, onde ambos irão participar de uma reunião da Asean, a Associação de Nações do Sudeste Asiático. O Palácio do Planalto está finalizando a agenda de Lula na Ásia e analisando a compatibilidade com a programação do presidente norte-americano.
Informações indicam que as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos para restabelecer o diálogo diplomático estão avançando, criando novos caminhos para a cooperação mútua.