A arte do arremesso livre no basquete deveria ser simples, já que esses lances são “grátis” por um motivo. O time New York Knicks se destaca nesse aspecto, com muitos jogadores apresentando altas porcentagens de acertos. Jalen Brunson tem uma taxa de 85%, Karl-Anthony Towns chega a 88%, enquanto Jordan Clarkson acerta 83% dos seus lances livres. Outros jogadores como Josh Hart, Mikal Bridges, Landry Shamet e Deuce McBride também superam os 75% de acertos. Todos os oito atletas do Knicks que tentaram mais de 20 arremessos livres nesta temporada estavam acima dessa média, mostrando que a linha do lance livre é um lugar produtivo para a equipe.
Entretanto, essa não é a realidade para o jogador Mitchell Robinson. Desde o início da sua carreira, ele tem se mostrado ineficaz nos arremessos livres, e essa situação parece não ter perspectiva de melhora. Com uma média de acertos que varia entre 50% e 60%, Robinson não tem conseguido se destacar nesse fundamento. Contudo, nesta temporada, sua porcentagem despencou para 20%, com somente 5 acertos em 25 tentativas. Esse desempenho é alarmante e indica que mudanças são necessárias.
Robinson tem tentado algumas variações na sua técnica de arremesso, mas seus lances tendem a ser arremessos retos, o que deixa pouca margem para erro. Isso levanta a questão sobre a falta de uma abordagem mais arrojada em seu estilo de arremesso. Comparado a alguns dos maiores arremessadores livres da história da NBA, Robinson se distoa claramente. Stephen Curry, por exemplo, ostenta uma impressionante taxa de 91,1%. Outros grandes nomes como Steve Nash e Ray Allen também estão entre os melhores, todos com percentuais acima de 89%.
Um exemplo notável de sucesso no arremesso livre é Rick Barry, que utilizava a técnica conhecida como “granny shot” ou arremesso debaixo das pernas. Ele conquistou diversas honrarias durante sua carreira, incluindo 12 seleções para o All-Star Game e uma vaga no Hall da Fama. Barry foi o único jogador a usar predominantemente essa técnica, que, apesar de muitas vezes ser considerada pouco convencional, rendeu a ele uma taxa de acerto de 89%.
Outro jogador famoso que tentou o arremesso debaixo das pernas foi Wilt Chamberlain, que fez isso uma vez em um jogo memorável no qual anotou 100 pontos. No entanto, ele nunca se saiu bem nos lances livres, com uma média de apenas 51,1% ao longo da carreira. Após experimentar a técnica, voltou ao seu estilo habitual, que não trouxe resultados melhores.
Desde a aposentadoria de Barry, essa técnica se tornou rara entre os jogadores da NBA. Contudo, para Mitchell Robinson, pode ser o momento certo para considerar essa abordagem. Com a pressão de se apresentar melhor nos arremessos livres, a adoção do “granny shot” poderia ser uma solução viável.
Rick Barry já se ofereceu para ajudar Robinson a adotar essa técnica, enfatizando que não há muito a perder no momento atual. Essa situação levanta a reflexão: o que é mais embaraçoso? Tentar um novo estilo de arremesso ou continuar a ter uma taxa de acerto tão baixa, levando adversários a intencionalmente cometer faltas para anular seu impacto em jogo? A decisão agora cabe a Robinson, que enfrenta o desafio de melhorar seu desempenho na linha dos lances livres.

