Na última segunda-feira, dia 15, o SBT lançou um canal específico para notícias, chamado SBT News. O canal chega ao mercado com um grande atraso em relação a outros concorrentes e se insere em um cenário onde a quantidade de canais de notícias vem diminuindo ao longo dos anos. Atualmente, existem pelo menos cinco canais que atuam nesse setor.
Este lançamento ocorre mais de um ano após a morte de Silvio Santos, que faleceu em fevereiro de 2024. Durante sua trajetória como empresário de comunicação, Silvio raramente fez investimentos significativos em jornalismo. Ele acreditava que os custos associados ao jornalismo não justificavam o retorno em termos de audiência e que as críticas e reclamações que recebia eram um fator de desconforto. Diferente de outros meios, que utilizavam o noticiário como uma ferramenta de influência, Silvio preferia o elogio a críticas. Ele defendia que sua televisão deveria transmitir uma abordagem mais leve e positiva, evitando qualquer tipo de crítica.
O comando do SBT agora está a cargo de Daniela Beyruti, filha de Silvio. Ela autorizou Fábio Faria, que é casado com Patrícia Abravanel, outra filha de Silvio, a desenvolver o projeto do novo canal. Fábio Faria já foi deputado e também atuou como Ministro das Comunicações durante o governo de Jair Bolsonaro, tendo um histórico de relacionamentos próximos com a família Santos.
Historicamente, Silvio Santos se apresentou como uma figura apolítica, mas teve um apoio notável por Jair Bolsonaro, especialmente após a eleição de 2018. Ele expressou publicamente a expectativa de um governo de sucesso sob a liderança de Bolsonaro e Sergio Moro, e frequentemente recebeu Bolsonaro em sua casa.
A inauguração do SBT News aconteceu na sexta-feira, dia 12, e surpreendeu a todos com a exibição de um holograma de Silvio Santos, criado com tecnologia de inteligência artificial, enaltecendo a importância da informação correta. A presença desse holograma gerou desconfiança sobre a veracidade das mensagens atribuídas a ele.
O evento também contou com a presença de autoridades, como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, que discursaram e se referiram à revogação de sanções relacionadas a Moraes. A cerimônia gerou reações negativas entre apoiadores mais fervorosos de Bolsonaro, sendo vista como uma traição ao ex-presidente. No entanto, essa percepção pode ser considerada uma traição mais à imagem de Silvio Santos do que a qualquer figura política atual.

