Na segunda-feira, 3 de novembro, autoridades de aviação dos Estados Unidos relataram atrasos significativos nas operações aéreas, afetando aproximadamente 3,2 milhões de passageiros. Este cenário deve-se ao aumento nas ausências de controladores de tráfego aéreo, que ocorre em meio aos efeitos da paralisação do governo, que completou 34 dias.
A Administração Federal de Aviação (FAA) comunicou que houve atrasos em terra nos aeroportos de Dallas e Austin, e cerca de 2.900 voos foram impactados. A FAA também alertou que outros atrasos são esperados nos aeroportos de Houston e Washington.
Essa situação é resultado da exigência de 13.000 controladores de tráfego aéreo e 50.000 funcionários da Administração de Segurança dos Transportes (TSA) que estão atuando sem remuneração. Essa escassez de profissionais prejudicou dezenas de milhares de voos.
No dia anterior, o secretário de Transportes, Sean Duffy, havia advertido que o governo poderia fechar o espaço aéreo dos EUA se a paralisação continuasse a comprometer a segurança nas viagens. Em declarações à CNBC, Duffy afirmou: “Se acharmos que não é seguro, fecharemos todo o espaço aéreo”.
Na sexta-feira, 1º de novembro, a FAA registrou que quase metade dos 30 aeroportos mais movimentados do país enfrentou falta de controladores, resultando em mais de 6.200 atrasos e 500 cancelamentos em um só dia.
Em Nova York, a situação também é crítica, com 80% dos controladores de tráfego aéreo ausentes. Duffy informou que 65% dos atrasos ocorridos nesse dia foram devido a faltas. Desde o início da paralisação em 1º de outubro, a Airlines for America, que representa importantes companhias aéreas como American Airlines, United Airlines, e Delta Air Lines, relatou que mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos, incluindo 300.000 apenas na última sexta. Os dados indicam um aumento significativo nos atrasos devido a problemas de pessoal.
As companhias aéreas têm apresentado suas preocupações aos legisladores, com o CEO da United, Scott Kirby, alertando que a paralisação afeta as reservas de voos e gera apreensão com a aproximação da temporada de viagens de fim de ano. Duffy reiterou que não há planos para demitir controladores que estejam buscando licença médica, argumentando que é compreensível que busquem apoio para suas famílias.
A epidemia crescente de ausências de controladores de tráfego aéreo, combinada com a falta de equipe de segurança da TSA, resultou em longas filas em aeroportos como os de San Diego e Houston, onde algumas filas de segurança ultrapassaram três horas no último domingo. Nos dias anteriores, mais de 4.600 e 5.800 voos foram atrasados, e 173 e 244 cancelados, respectivamente.
As quatro principais companhias aéreas, juntamente com a Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo, solicitam ao Congresso a aprovação urgente de um projeto de lei de financiamento provisório para reabrir o governo. As empresas estão enfatizando o risco que essa paralisação representa para a segurança da aviação, uma preocupação que ecoa a crise de 35 dias que ocorreu em 2019.
Atualmente, a FAA opera com cerca de 3.500 controladores a menos do que o desejável, resultando em uma carga excessiva de horas extras e turnos prolongados mesmo antes do início da atual paralisação.

