Um importante indicador do sentimento empresarial no Japão registrou uma melhora pelo terceiro trimestre consecutivo, com a redução da ansiedade em relação às tarifas comerciais. Essa tendência reforça as expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) possa retomar em breve o aumento das taxas de juros.
A pesquisa Tankan, realizada pelo BoJ, revelou que as principais empresas do setor manufatureiro permanecem otimistas após o acordo comercial entre Tóquio e Washington. Este acordo ajudou a dissipar parte da incerteza tarifária que impactava as perspectivas de lucro e os planos de investimento.
O índice que avalia o sentimento entre as grandes empresas manufatureiras atingiu a marca de 15 na pesquisa divulgada nesta segunda-feira (horário local), um leve aumento em relação aos 14 pontos registrados em setembro. Esse resultado também está alinhado com as previsões de analistas consultados pela provedora de dados Quick.
O indicador reflete a diferença percentual entre as empresas que consideram as condições de negócios favoráveis e aquelas que as veem como desfavoráveis. Os resultados encorajam a expectativa de que o BoJ avançará com o aperto monetário na reunião prevista para a próxima sexta-feira.
Projeções para o Mercado
Os mercados já começaram a considerar uma possível alta nas taxas de juros para dezembro, principalmente após declarações do presidente do BoJ, Kazuo Ueda, que indicou que a instituição examinará os prós e contras de uma elevação na próxima reunião. Outros indicadores econômicos sugerem que o equilíbrio entre inflação e salários favorece um cenário de aperto monetário.
Apesar da diminuição das preocupações comerciais, as empresas japonesas ainda enfrentam tarifas mais elevadas do que as do último ano. Os formuladores de políticas do BoJ estão monitorando atentamente como a estratégia comercial dos EUA afeta os planos de investimento das empresas, a fim de avaliar a saúde do setor corporativo japonês.
Conforme os dados divulgados, as grandes empresas japonesas planejam aumentar seus investimentos em 12,6% no ano fiscal que termina em março de 2026, um leve crescimento em relação aos 12,5% previstos na pesquisa anterior.

