O cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, manifestou sua oposição à exploração de reservas de petróleo na região da Foz do Amazonas. A declaração foi feita durante o Acampamento Terra Livre, o maior encontro indígena do Brasil, realizado na semana passada em Brasília. Raoni alertou para os potenciais riscos que a atividade poderia representar para as comunidades locais.
A posição do cacique surge em meio ao debate sobre a intenção da Petrobras de iniciar perfurações na costa do Estado do Amapá. Raoni informou que deixou claro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua contrariedade ao projeto. “Pessoalmente, eu falei para o presidente Lula que sou contra. Não aceito esse petróleo na Amazônia”, disse.
Embora Lula se posicione como um defensor das florestas tropicais e dos direitos dos povos indígenas, ele também defendeu que o Brasil deve ter a possibilidade de explorar a Foz do Amazonas. O presidente criticou a Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela lentidão na concessão da licença necessária para a perfuração.
Raoni, um ativista ambiental de renome internacional, acompanhou Lula durante sua posse em janeiro de 2023. Recentemente, em maio, o Ibama negou um pedido da Petrobras para a licença de perfuração offshore na Foz do Amazonas, citando preocupações ambientais. O órgão também expressou apreensão sobre os efeitos que a exploração poderia ter sobre as comunidades indígenas da região. A petroleira recorreu da decisão, mas a resolução final do Ibama ainda está pendente.
A bacia da Foz do Amazonas é reconhecida como uma área de grande potencial petrolífero, estando localizada na Margem Equatorial do Brasil. Esta região compartilha características geológicas com a Guiana, onde a Exxon Mobil está em plena exploração de vastos campos de petróleo.