Washington, EUA – O diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou que o mercado de trabalho norte-americano permanece suficientemente fraco para justificar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros durante a reunião programada para os dias 9 e 10 de dezembro. No entanto, ele alertou que as decisões futuras dependerão de uma série de dados que serão divulgados após o fim da recente paralisação do governo, encerrada em 14 de novembro.
Waller destacou que, desde a última reunião do Fed, a maioria das informações obtidas tanto do setor privado quanto de fontes anedóticas indicam que o cenário de emprego se mantém deteriorado, sem mudanças significativas. Ele acredita que a inflação deve diminuir, o que sugere a possibilidade de uma redução nas taxas de juros em dezembro. Porém, o mês de janeiro pode trazer um panorama mais complicado, já que uma nova onda de dados poderá influenciar a análise da entidade.
“Se os dados que vierem forem consistentes com os que temos observado, poderemos defender a possibilidade de um corte em janeiro. Mas se houver sinais de recuperação da inflação ou do emprego, isso poderá suscitar preocupações”, disse Waller durante uma entrevista no programa Mornings with Maria, da Fox Business.
A divisão entre as autoridades do Fed em relação a um novo corte nas taxas reflete as conversas mais otimistas de alguns formuladores de políticas monetárias, que estão despertando maior expectativa no mercado sobre uma nova redução. Entretanto, as limitações de dados são uma preocupação, uma vez que o Escritório de Estatísticas Laborais ainda enfrenta um acúmulo de informações a serem processadas após a paralisação, resultando na ausência dos relatórios de emprego e de inflação referentes a outubro.
Nos próximos dias, as autoridades do Fed irão se basear em informações de fontes privadas e seus contatos empresariais, compiladas em um relatório denominado Livro Bege, que será divulgado duas semanas antes da reunião de dezembro. Essa análise ajudará a formar uma visão mais clara sobre o estado da economia.
Waller expressou ceticismo em relação ao recente relatório que indicou a criação de 119.000 novos empregos em setembro, projetando que esse número provavelmente será revisado para baixo. A taxa de desemprego, que subiu de 4,4% em agosto para 4,5% em setembro, reforça sua preocupação sobre a fragilidade do mercado de trabalho.
Até a próxima reunião, marcada para os dias 27 e 28 de janeiro, Waller e seus colegas deverão avaliar as trajetórias da economia, que podem indicar uma inflação persistente ou um crescimento fraco do emprego, comportamento que eles buscam evitar. Novas projeções econômicas para o próximo ano também serão divulgadas, com investidores prevendo de dois a três cortes de juros em 2024, conforme dados do FedWatch do CME Group.
Enquanto aguarda esses dados, Waller prevê que a abordagem do Fed para as decisões de juros se torne mais flexível no início de janeiro, embora mantenha-se cético em relação a uma recuperação do mercado de trabalho nas próximas seis a oito semanas.

