O presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, declarou em entrevista à CNBC, no dia 19 de outubro, que não vê necessidade urgente de mudanças na política monetária dos Estados Unidos. Williams afirmou que a política atual está “em um bom lugar” e que é adequada para avaliar dados econômicos.
Ele caracterizou a política monetária como moderadamente restritiva, destacando que há espaço para que as taxas de juros sejam ajustadas em direção ao ponto de neutralidade. “Acredito que a taxa de juros real neutra fica um pouco abaixo de 1%, e atualmente estamos um pouco acima desse patamar”, explicou Williams.
Em relação à inflação, que está acima da meta, Williams considera que a abordagem atual é “útil” e demonstrou expectativa de que as taxas de juros possam ser reduzidas no futuro. Contudo, ele enfatizou a importância de observar o desempenho econômico antes de qualquer mudança. O dirigente expressou confiança no cenário econômico, apesar de descrever o ano de 2025 como incerto.
Williams projetou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1% e 1,5% para este ano, com uma recuperação mais significativa prevista para 2026. Ele elogiou o aumento da produtividade, salientando que, se mantido, pode ser desinflacionário.
O presidente do Fed também abordou o impacto da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho. Embora reconheça que a IA pode transformar a forma de trabalho, Williams não acredita que ela represente um risco sistêmico para o sistema financeiro. “Se for necessário ajustar a política monetária em razão da IA, eventualmente faremos isso, mas o foco deve ser na economia e na busca pelo duplo mandato do Fed,” disse.
No que se refere à flexibilização quantitativa, Williams reiterou que o Fed não está realizando compras de ativos no momento e que o atual programa de aquisição de ativos não visa influenciar as taxas de juros de longo prazo.
Williams também observou que os recentes dados econômicos nos Estados Unidos são “encorajadores” e indicam uma tendência de desinflação. No entanto, ele fez uma ressalva sobre a recente leitura do índice de preços ao consumidor (CPI), mencionando que poderia haver distorções devido à ausência de coleta de dados pelo Escritório de Estatísticas de Trabalho (BLS). “Os dados do CPI de novembro podem ter sido ligeiramente inflacionados, e precisamos de mais informações nos próximos meses para ter uma visão precisa da inflação. A leitura de dezembro trará maior clareza”, afirmou.
Sobre o mercado de trabalho, ele apontou que a taxa de desemprego pode ter sido “inflacionada por distorções”, mas não há indícios de uma deterioração acentuada nas informações sobre emprego. “Os dados são consistentemente alinhados com as tendências recentes e com o corte da taxa de juros pelo Fed, não alterando minha perspectiva”, concluiu.

