O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, informou que a empresa enfrenta um déficit estrutural anual superior a R$ 4 bilhões devido à obrigação de oferecer serviços postais em áreas remotas. Segundo ele, 90% das despesas da estatal têm caráter fixo, com a folha de pagamento representando 62% do total.
As declarações foram feitas em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 29, onde Rondon detalhou um plano de reestruturação. O presidente também revelou que, entre janeiro e setembro de 2025, a empresa acumulou um prejuízo superior a R$ 6 bilhões e enfrenta déficits recorrentes desde 2022, totalizando mais de R$ 10 bilhões.
Rondon destacou que houve uma mudança significativa no modelo de negócios dos Correios em 2016. Nesse ano, as encomendas começaram a se tornar uma fonte de receita mais importante do que as cartas. “O modelo tradicional de correios sofreu uma inflexão, uma tendência observada globalmente”, explicou.
Ele acrescentou que essa alteração no ambiente econômico tornou insustentável o financiamento da companhia, uma vez que o monopólio sobre as cartas em áreas urbanas não é mais suficiente para cobrir as operações relacionadas à universalização dos serviços postais em regiões deficitárias.

