PEQUIM, 10 de dezembro (Reuters) – A inflação ao consumidor na China alcançou seu nível mais alto em 21 meses, registrando um aumento de 0,7% em novembro em comparação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela alta dos preços dos alimentos, que subiram 0,2%, revertendo uma queda de 2,9% em outubro. O índice teve um crescimento modesto de 0,2% em outubro.
Apesar desse avanço, a inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, permaneceu estável em 1,2% no último mês. Comparativamente, o índice mensal caiu 0,1% após uma alta de 0,2% em outubro, indicando que a recuperação econômica ainda enfrenta desafios.
A economia chinesa visa atingir a meta de crescimento de Pequim, fixada em “cerca de 5%” para o ano, com suporte de medidas governamentais e resiliência nas exportações. Entretanto, os desequilíbrios econômicos se intensificaram, em parte devido à prolongada guerra comercial com os Estados Unidos e à persistente fraqueza na demanda do consumidor, o que pressiona as autoridades a implementarem novas estratégias de estímulo.
Além disso, a deflação nos portões de fábrica continua a impactar a segunda maior economia do mundo, que enfrenta um ambiente de competição acirrada. O índice de preços ao produtor caiu 2,2% em novembro, superando expectativas de uma queda de 2,0% e comparado a um recuo de 2,1% em outubro. Esse movimento reflete um esforço contínuo dos fabricantes para lidar com o excesso de capacidade produtiva.
O analista de mercado da eToro, Zavier Wong, comentou sobre os dados mais recentes, destacando que, embora haja uma aparência de aquecimento na economia, as pressões deflacionárias permanecem profundas. “Os fabricantes continuam cortando preços para dispersar o excesso de oferta, evidenciando a fraqueza das condições de demanda”, afirmou.

