A taxa de desemprego brasileira registrou 5,6% no trimestre que terminou em setembro de 2023, alcançando a mínima histórica pela terceira vez consecutiva. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado ficou ligeiramente acima da mediana das previsões de mercado, que era de 5,5%.
| Taxa de desocupação | |
| Período | Percentual |
| Jul-ago-set 2023 | 5,60% |
| Abr-mai-jun 2023 | 5,80% |
| Jul-ago-set 2022 | 6,40% |
André Valério, economista sênior do Inter, observa que a estabilidade nos últimos meses indica que a taxa pode estar se aproximando de seu limite, com pouco espaço para novas quedas. Ele menciona que estamos diante de um cenário de aperto monetário, com a taxa básica de juros em 15%, e uma possível desaceleração na criação de empregos, conforme sinalizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgado na quinta-feira (30).
A PNAD, que coleta dados em média trimestral, tende a apresentar números suavizados e, portanto, pode ficar defasada em relação a indicadores mais imediatos.
Mercado de Trabalho Robusto
Apesar da situação desafiadora, o mercado de trabalho permanece robusto. Daniel Buarque, pesquisador do FGV/Ibre, afirma que a desaceleração no ritmo de criação de empregos está acontecendo de maneira mais lenta do que o previsto.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, aponta um possível enfraquecimento nas indicações do mercado de trabalho, destacando um crescimento de 2,7% no emprego formal em comparação ano a ano, enquanto o emprego informal caiu 4%. No que diz respeito aos rendimentos, os trabalhadores do mercado formal viram um aumento de 2% e os do mercado informal de 6,5%, ambos sucessos que superaram a inflação.
Leonardo Costa, economista do ASA, observa que, embora o nível de desemprego continue historicamente baixo, há indícios de perda de fôlego nas contratações. Para Buarque, os níveis baixos da taxa de desemprego também podem ser atribuídos a mudanças na demografia e qualificação da força de trabalho brasileira, que hoje conta com um número maior de profissionais qualificados e de mais idade em relação a décadas anteriores.
Atividade Econômica
Igor Cadilhac, economista do PicPay, alerta que os indicadores atuais sugerem que o Banco Central deverá monitorar com atenção a abertura do hiato do produto, o que aponta para uma demanda ainda aquecida. Ele prevê que essa dinâmica deve persistir, embora com uma desaceleração gradual nos próximos períodos.
A projeção para a taxa média de desemprego em 2025 é de 6%, com expectativa de fechamento do ano em 5,5%.

