Autoridades do Federal Reserve demonstraram preocupação em relação a possíveis fragilidades no mercado de trabalho, especialmente à medida que as empresas se adaptam à política comercial do ex-presidente Donald Trump. No entanto, novos dados divulgados nesta sexta-feira indicam que o mercado de trabalho permanece em boa forma, afastando a necessidade de cortes nas taxas de juros.
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos relatou a criação de 177 mil postos de trabalho em abril, superando as expectativas do mercado. A taxa de desemprego ficou inalterada em 4,2%, indicando um cenário de estabilidade.
Esses números são particularmente relevantes em um mês em que Trump anunciou as tarifas mais altas em um século, o que impactou negativamente o mercado de ações e agitou o mercado de títulos. A expectativa agora é que o governo adie a aplicação integral dessas tarifas até julho.
Com o mercado de trabalho consistente e a inflação ainda acima da meta de 2%, a probabilidade é de que o Federal Reserve mantenha os custos de empréstimos de curto prazo inalterados enquanto observa os efeitos das tarifas sobre os preços e o crescimento econômico.
“Os dados robustos do mercado de trabalho dão ao Fed espaço para ser paciente”, comentou Lindsay Rosner, chefe de investimentos em renda fixa do Goldman Sachs Asset Management. No entanto, ela também alertou que a deterioração das perspectivas econômicas pode forçar o banco central a reconsiderar sua postura no futuro.
Após a divulgação do relatório, os operadores do mercado agora acreditam que o Federal Reserve deve aguardar até julho para considerar a redução das taxas de juros, em vez de um corte já em junho, como se pensava anteriormente.