O faturamento das indústrias brasileiras registrou uma queda de 5,3% em agosto de 2023, conforme os dados dos Indicadores Industriais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira, 7. Essa diminuição, já ajustada para fatores sazonais, reflete um recuo de 7,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar desse resultado negativo, o acumulado de janeiro a agosto deste ano apresenta um crescimento de 2,9% em relação ao mesmo período de 2022.
Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, aponta que a queda no faturamento é atribuída a diversos fatores. Entre eles, destaca-se a alta taxa de juros, que afeta tanto o crédito quanto o crescimento econômico. Além disso, a entrada de bens importados, especialmente de consumo, tem capturado uma porção significativa do mercado, prejudicando as vendas da indústria nacional. Nocko também menciona que a valorização do real torna os produtos brasileiros mais caros nas exportações, impactando negativamente as empresas do setor.
No setor de horas trabalhadas, registrou-se uma ligeira redução de 0,3% de julho para agosto, embora a comparação com o mesmo mês do ano passado mostre uma queda de 1,2%. No total acumulado de 2023, no entanto, houve um aumento de 1,6% nas horas de produção. A Utilização da Capacidade Instalada na indústria subiu 0,2 ponto percentual, atingindo 78,7%, ligeiramente inferior aos 79,0% registrados em agosto de 2022.
Em relação ao emprego, o setor industrial permaneceu estagnado pelos últimos quatro meses. Quando analisado em comparação ao agosto do ano passado, o emprego apresentou um crescimento de 1,5%, enquanto o acumulado de 2023 mostra um aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a massa salarial real na indústria caiu 0,5% em agosto e 2,0% ao longo do ano. O rendimento médio real dos trabalhadores do setor também sofreu diminuições, de 0,6% no mês e 4,1% no ano.