WASHINGTON (Reuters) – A divulgação da ata da reunião do Federal Reserve, realizada nos dias 28 e 29 de outubro, trará informações sobre as discordâncias internas da instituição, que enfrenta um cenário de escassez de dados oficiais, informações conflitantes e uma transição de liderança. Esse contexto ocorre na reta final do mandato do presidente do Fed, Jerome Powell.
Na reunião, a decisão do banco central de reduzir a taxa de juros básica em 0,25 ponto percentual, que agora está na faixa de 3,75% a 4,00%, foi aprovada com um resultado de 10 a 2. Powell mencionou a presença de “pontos de vista fortemente diferentes” durante a coletiva após a decisão.
Devido à suspensão das divulgações de dados oficiais em consequência da paralisação do governo dos EUA, os membros do Fed precisaram confiar em fontes alternativas de informação, o que gerou uma postura cautelosa em relação a novos cortes nas taxas.
Powell afirmou que “há um consenso crescente de que talvez devêssemos esperar pelo menos um ciclo” antes de tomar decisões adicionais.
Embora os dados econômicos governamentais estejam gradualmente voltando a ser divulgados, como o relatório de emprego de setembro que será publicado na quinta-feira, ainda não há um cronograma completo para a liberação de todos os relatórios pendentes. Isso gera incertezas sobre quais dados estarão disponíveis na próxima reunião do Fed, agendada para os dias 9 e 10 de dezembro.
A ata da reunião pode ser crucial para entender as divergências entre as perspectivas dos dirigentes do Fed sobre os riscos que a economia enfrenta. Novos dados sobre inflação e emprego, que devem se revelar mais fortes ou mais fracos do que o esperado, poderão influenciar esse equilíbrio.
Powell reiterou que “existe a possibilidade de que faça sentido sermos mais cautelosos”, especialmente na ausência de dados mais robustos. A ata será divulgada às 16h (horário de Brasília).
Além disso, os comentários recentes dos membros do Fed ressaltam as diferenças de opinião, sugerindo que as próximas votações podem ser ainda mais equilibradas. Atualmente, os investidores estimam em cerca de 50% a probabilidade de um novo corte na taxa de juros no próximo mês.

