O presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Austan Goolsbee, expressou preocupação nesta quinta-feira, 6, em relação a um possível corte nas taxas de juros sem a disponibilidade de dados de inflação. Ele fez essa afirmação durante uma entrevista, destacando que a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos impede a divulgação de indicadores oficiais que são cruciais para a formulação de políticas monetárias. “Não temos informações suficientes sobre a inflação com o shutdown”, declarou Goolsbee.
O dirigente também mencionou que a indisponibilidade de dados acontece em um momento em que a inflação nos serviços está aumentando, o que gera ainda mais apreensão. Goolsbee defendeu uma abordagem cautelosa em relação à política monetária, utilizando a metáfora da “neblina” para ilustrar a falta de informações. “Quando se está na neblina, devemos ser cuidadosos e desacelerar”, afirmou.
O shutdown, que se estende pelo 37º dia, tem gerado incertezas no cenário econômico. Goolsbee avaliou que o ponto de equilíbrio das taxas de juros deve ficar bem abaixo do nível atual, mas ressaltou que o Fed não pode supor que a inflação será transitória.
Ele observou que, apesar da estabilidade nos indicadores do mercado de trabalho e da taxa de desemprego praticamente inalterada, há um “pequeno risco negativo” para o emprego. No entanto, Goolsbee considerou que o contexto atual não se parece com uma recessão, uma vez que as recessões não são caracterizadas por baixa contratação e demissões. “Essa baixa contratação e baixa demissão são marcas de um ambiente incerto”, destacou.
Em entrevista à CNBC, Goolsbee reiterou sua hesitação em prosseguir com cortes nas taxas de juros devido à falta de dados recentes. Ele enfatizou: “Eu não tenho uma postura hawkish em relação aos juros no médio prazo”.

