Segundo a Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira, 3 de outubro de 2024, a média salarial das pessoas ocupadas no Brasil foi de R$ 3.208. Entretanto, funções de alta hierarquia ou que exigem um alto nível de instrução apresentaram rendimentos significativamente superiores, com algumas ultrapassando o dobro desse valor.
O estudo revela que os diretores e gerentes lideraram os salários com uma média de R$ 8.721 mensais. Em seguida, estão os membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares, com média de R$ 6.749, e profissionais das ciências e intelectuais, que receberam em média R$ 6.558.
Por outro lado, o grupo de técnicos e profissionais de nível médio apresentou um rendimento médio de R$ 4.148, aproximadamente 29,3% acima da média nacional. Outros grupos, como operadores de instalação e máquinas, receberam R$ 2.657, enquanto os trabalhadores de apoio administrativo e os vendedores do comércio tiveram rendimentos medianos de R$ 2.457 e R$ 2.393, respectivamente.
Os trabalhadores qualificados da agropecuária e áreas afins obtiveram R$ 2.250, e o grupo de “ocupações elementares” registrou o menor rendimento, com média de R$ 1.454, menos da metade da média nacional.
Desigualdade Salarial por Cor, Raça e Gênero
O IBGE também destacou a persistente desigualdade salarial em função de cor, raça e gênero. Os dados mostram que trabalhadores de cor ou raça branca tiveram um rendimento habitual superior ao de pessoas de cor ou raça preta ou parda em todos os grupos ocupacionais. A média do rendimento para pessoas pretas ou pardas correspondeu a apenas 60,3% do rendimento de brancos, com a maior disparidade observada entre os trabalhadores qualificados da agropecuária, onde os rendimentos de pretos ou pardos foram de apenas 49,1% do valor recebido pelos brancos.
Em contrapartida, o grupo com a menor diferença salarial foi o dos membros das Forças Armadas e policiais, onde o rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda representou 87,1% do rendimento dos brancos.
No que diz respeito ao gênero, o rendimento médio das mulheres foi de 78,6% do que os homens receberam em 2024. A única exceção foi novamente no grupo direcionado a membros das Forças Armadas, onde as mulheres obtiveram um rendimento equivalente a 112,4% do dos homens. Em outros setores, as menores proporções de rendimento feminino foram verificadas entre trabalhadores qualificados de construção e serviços, onde as mulheres alcançaram somente 63,8% do rendimento dos homens.
Influência do Nível de Instrução
O nível de educação mostra-se crucial na inserção em grupos ocupacionais. Nos três grupos com os maiores rendimentos — diretores e gerentes; membros das Forças Armadas; profissionais das ciências e intelectuais —, a porcentagem de pessoas com ensino superior completo superou a média nacional, alcançando 90,0% entre os profissionais das ciências. Os grupos de trabalhadores de apoio administrativo e técnicos de nível médio mostraram as maiores proporções de ensino médio completo e superior incompleto, com 61,3% e 60,3%, respectivamente.
Em contraste, os grupos com as maiores taxas de pessoas apenas com ensino fundamental completo ou médio incompleto foram: “ocupações elementares” (62,5%) e trabalhadores da agropecuária (72,1%).

