O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma leve queda de 0,01% em dezembro de 2025, após uma alta de 0,27% em novembro, conforme informações do FGV/Ibre. Com esse desempenho, o índice encerra o ano com uma deflação acumulada de -1,05%.
No mesmo mês do ano anterior, em dezembro de 2024, o índice conhecido como “inflação do aluguel” havia registrado uma alta de 0,94%, resultando em um aumento de 6,54% nos últimos doze meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que analisa a inflação de preços no atacado, caiu 0,12% em dezembro, após registrar um aumento de 0,27% em novembro, resultando em uma queda total de 3,35% nos preços ao produtor ao longo do ano.
Em relação aos diferentes estágios de processamento, o grupo de Bens Finais apresentou um aumento de 0,07% em dezembro, abaixo do 0,12% observado no mês anterior. O segmento de Bens Intermediários caiu 0,04% e as Matérias-Primas Brutas sofreram uma queda de 0,30%, após alta de 0,25% em novembro.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) aumentou 0,24% em novembro, uma leve queda em relação aos 0,25% do mês anterior, acumulando uma variação de 4,08% no ano.
Entre as oito classes de despesas que compõem o índice, cinco apresentaram recuo em suas taxas de variação:
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,67% para -0,09%
- Despesas Diversas: de 0,46% para 0,06%
- Vestuário: de -0,23% para -0,60%
- Alimentação: de 0,00% para -0,07%
- Comunicação: de 0,11% para 0,05%
Por outro lado, os grupos que apresentaram inflação mais elevada foram:
- Habitação: de -0,07% para 0,42%
- Educação, Leitura e Recreação: de 1,17% para 1,53%
- Transportes: de 0,16% para 0,28%
Ademais, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,21% em dezembro, representando uma desaceleração em relação ao aumento de 0,28% do mês anterior, com uma inflação acumulada de 6,01% em doze meses.
No INCC, os três grupos componentes mostraram variações distintas entre novembro e dezembro:
- Materiais e Equipamentos: desaceleraram de 0,36% para 0,11%
- Serviços: inverteram a taxa de -0,01% para 0,27%
- Mão de Obra: avançaram de 0,22% para 0,32%
Contexto Econômico
Matheus Dias, economista do FGV/Ibre, analisou a deflação acumulada de 1,05% do IGP-M em 2025, destacando que essa situação é reflexo de um ano permeado pela desaceleração da atividade econômica global e pela elevada incerteza, fatores que limitaram os repasses de custos, especialmente nos preços ao produtor. Segundo Dias, a melhora nas safras agrícolas também contribuiu para a redução nos preços das matérias-primas, o que reforça a tendência de deflação observada no índice.
No entanto, os preços ao consumidor mantiveram uma alta moderada, com as pressões concentradas em serviços e habitação, que durante o ano convergiram para o intervalo de tolerância da meta. Ele ressalta que essa heterogeneidade da inflação sugere um cenário de menor pressão nos custos para 2026, embora existam riscos significativos sobre itens sensíveis à atividade econômica que podem influenciar na transmissão dos efeitos da política monetária.

