O panorama da inadimplência no Brasil apresenta sinais de estabilidade, segundo projeções recentes sobre o consumo. Apesar da expectativa de uma redução nas taxas, o endividamento das famílias continua sendo uma preocupação.
Para novembro de 2025, a estimativa é de que a taxa média de inadimplência chegue a 4,72%, com variações entre 4,44% e 5,01%. Comparando a dados anteriores, a taxa registrada até setembro foi de 4,77%, conforme informações do Banco Central.
O controle sobre a inadimplência parece se estender também aos próximos meses. As projeções indicam que a taxa em dezembro deverá diminuir para 4,64%, com uma leve recuperação em janeiro, atingindo 4,77%.
| Mês/Ano | Limite Inferior (%) | Média (%) | Limite Superior (%) |
|---|---|---|---|
| Novembro/2025 | 4,44 | 4,72 | 5,01 |
| Dezembro/2025 | 4,24 | 4,64 | 5,05 |
| Janeiro/2026 | 4,26 | 4,77 | 5,28 |
A análise realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), em colaboração com a FIA Business School, utiliza dados do Banco Central para medir a evolução de pessoas com parcelas atrasadas por mais de 90 dias. Este estudo sugere que as projeções atuais indicam um “patamar controlado”, alinhado com a trajetória recente do crédito.
Outra categoria de crédito, que envolve recursos livres, também apresenta dados otimistas. Para novembro de 2025, espera-se uma taxa média de 6,61%, com um intervalo entre 6,30% e 6,92%. Esse resultado representaria uma redução de 0,09 ponto percentual em relação ao registrado em setembro de 2025, que foi de 6,70%.
| Mês/Ano | Limite Inferior (%) | Média (%) | Limite Superior (%) |
|---|---|---|---|
| Novembro/2025 | 6,30 | 6,61 | 6,92 |
| Dezembro/2025 | 6,12 | 6,58 | 7,04 |
| Janeiro/2026 | 6,07 | 6,68 | 7,29 |
Apesar das perspectivas favoráveis, Claudio Felisoni, presidente do Ibevar, alerta para um aumento nos atrasos de curto prazo que ainda não configuram inadimplência oficialmente, mas que podem indicar um cenário preocupante.
O presidente ressalta que o aumento dos atrasos entre 15 e 90 dias pode elevar a taxa efetiva de inadimplência para cerca de 6,9%. Embora a média projetada seja de 6,61%, essa pressão dos atrasos recentes pode resultar em números mais altos. Felisoni observa que, apesar de haver uma tendência de melhora, o nível de endividamento das famílias é alarmante, com uma média próxima de 50%, e a tendência mostra um crescimento contínuo.

