O Banco Central do México, conhecido como Banxico, anunciou uma redução de 0,25 ponto percentual em sua taxa básica de juros, que agora é de 7%. Esta decisão, que visa estimular o crescimento econômico, ocorreu apesar das preocupações com a inflação persistente. A medida foi antecipada por economistas consultados pela Bloomberg.
A decisão do Banxico foi polêmica, com um dos votantes optando por manter a taxa inalterada. Essa é a décima segunda redução consecutiva, mesmo com a inflação geral apresentando uma aceleração e a taxa central permanecendo acima de 4%. O banco estabelece uma meta de inflação de 3%, admitindo uma margem de um ponto percentual para mais ou para menos.
Em novembro, a inflação anual no México subiu para 3,8%, superando a expectativa de 3,7% previamente estimada por economistas. A inflação central, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, também aumentou, passando de 4,28% em outubro para 4,43% em novembro.
O ciclo de afrouxamento monetário foi iniciado em março de 2022, quando a taxa de juros estava em 11,25%. Economistas do Banco Base, liderados por Gabriela Siller, sugeriram a manutenção da taxa em um comunicado, apontando para a alta gradual dos preços. Na nota, eles advertiram que, sem indícios claros de desaceleração da inflação, a permanência na faixa da taxa neutra não seria adequada.
Adicionalmente, alguns especialistas, como Heath, alertaram que a credibilidade do Banxico está em risco devido à incapacidade de controlar a inflação, classificando como otimista a projeção de que a inflação alcance a meta de 3% até o terceiro trimestre de 2024.
Os formuladores de políticas do Banxico expressaram repetidas preocupações em relação à economia mexicana, que está enfrentando um ambiente econômico lento, exacerbado pela incerteza sobre tarifas intermitentes dos EUA sobre as exportações mexicanas. O Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu 0,2% entre julho e setembro em comparação com o mesmo período do ano anterior, após ter estagnado no segundo trimestre.
Recentemente, o Banxico revisou suas estimativas de crescimento do PIB para 0,3% neste ano, conforme relatado em seu informe trimestral de inflação. Para 2024, a projeção é de um crescimento de 1,1%, e de 2% para 2027.
A presidente do Banxico, Victoria Rodriguez Ceja, afirmou que a autoridade monetária não prevê uma nova contração para o quarto trimestre, em contraste com a leve retração observada no trimestre anterior. Por outro lado, analistas da Citi, em uma pesquisa divulgada recentemente, preveem um crescimento econômico de 0,4% para este ano e revisaram a expectativa de inflação para 3,90% ao final de 2025.

