A Rodovia Presidente Dutra (BR-116) é responsável por cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ligando as maiores economias do país. No entanto, um trecho de oito quilômetros localizado na Serra das Araras, entre as cidades de Piraí e Paracambi, apresenta curvas que geram preocupação devido à sua configuração original de 1928. Para melhorar a segurança, obras de modernização iniciadas em abril de 2022 já atingiram 50% de conclusão, com previsão de término total até 2027, o que representa uma antecipação de dois anos em relação ao cronograma original.
O novo projeto para a Serra das Araras inclui a construção de 24 viadutos, que permitirão a expansão da pista de subida, atualmente com apenas duas faixas, para um total de quatro faixas em cada sentido. Com isso, espera-se reduzir o tempo de viagem para automóveis, ônibus e caminhões. Oito viadutos devem ser entregues no primeiro trimestre de 2024, provavelmente em fevereiro.
Virgilius Morais, gerente de Engenharia e Obras da CCR RioSP, responsável pela concessão, explicou que a nova configuração oferece uma condição de tráfego mais segura: “É uma obra emblemática, em um gargalo do país. Um bem para a sociedade que melhora a mobilidade das pessoas”, afirmou.
Durante uma visita ao canteiro de obras em Seropédica, Morais revelou que 450 vigas estão em produção para os viadutos, das quais 102 já foram instaladas. Essas vigas, com até 41,8 metros de comprimento, são transportadas e posicionadas com a ajuda de guindastes. O uso de carros e tratores é necessário para a movimentação e a instalação dessas estruturas, que exigem interdições momentâneas da via devido ao seu tamanho.
A duplicação das pistas também beneficiará o tráfego de supercargas, que frequentemente enfrentam dificuldades ao descer a serra. Atualmente, essas cargas pesadas têm que utilizar a contramão da pista de subida para evitar as perigosas curvas, o que causa interrupções no trânsito.
A next stop include the viaduto 8, onde as vigas já estão instaladas, aguardando a finalização das lajes pré-moldadas. A melhoria na infraestrutura está sendo realizada em meio a operações de perfuração e demolição de rochas, fundamentais para abrir espaço às novas faixas. Até o momento, 370 mil metros cúbicos de rocha foram removidos, o que representa cerca de 60% do total estimado de 600 mil metros cúbicos.
A previsão é que, no primeiro trimestre de 2027, as novas pistas estejam totalmente operacionais. Assim que as obras forem concluídas, a atual pista de subida será desativada, enquanto a pista de descida, com muitas curvas e sem intervenções, ficará disponível apenas para moradores locais. Caso haja problemas na nova serra, essa via poderá ser utilizada como uma opção de emergência.
As novas faixas trarão benefícios significativos, aumentando a velocidade máxima permitida de 40 km/h para 80 km/h. Com um investimento estimado de R$ 1,5 bilhão, o projeto inclui áreas de escape para veículos com problemas nos freios e passarelas para acesso seguro a comunidades locais na Serra das Araras.
Este trecho de estrada superará um desnível de 400 metros, semelhante à altura do Pão de Açúcar, e é responsável por 30% do tráfego composto por veículos pesados, que transportam produtos químicos, minérios e carnes, totalizando 43,96 toneladas de carga por ano, conforme dados do Ministério dos Transportes.

