A economia dos Estados Unidos deve desacelerar nos próximos anos, mas ainda manterá crescimento positivo, conforme indica um relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A previsão feita em novembro projeta uma expansão do PIB de 2% para 2025 e 1,7% para 2026, superando as estimativas anteriores de 1,6% e 1,5%, respectivamente.
O relatório aponta que a desaceleração prevista para o próximo ano poderá resultar de fatores como a possível diminuição do mercado de trabalho, a redução na imigração líquida, o impacto das tarifas sobre os preços e cortes significativos em despesas discricionárias que não envolvam defesa.
Apesar das previsões de arrefecimento, a OCDE destaca que a economia americana segue resiliente. No entanto, a força de trabalho está experimentando uma perda de ritmo e a inflação permanece acima da meta estabelecida pelo Federal Reserve (Fed). As pressões salariais têm se mantido moderadas e as expectativas inflacionárias de longo prazo permanecem sob controle. Para 2026, a projeção de inflação do índice de preços de consumo pessoal (PCE) foi reduzida de 2,8% para 2,3%, sinalizando um processo de desinflação mais acelerado. Além disso, para este ano, a projeção de inflação caiu de 3,2% para 3%.
O relatório também sugere que a inflação deve aumentar até meados de 2026 devido ao repasse das tarifas, que elevaram a taxa efetiva de 2,5% para 14%, mas deve retornar à meta em 2027. Entre os riscos identificados, a OCDE menciona a possibilidade de uma correção nos mercados acionários, a persistência da inflação e fragilidades no crédito. Contudo, um aumento significativo nos investimentos em inteligência artificial (IA) pode resultar em um desenvolvimento positivo inesperado para a economia.
No contexto da política monetária, a OCDE projeta um ciclo de afrouxamento, com cortes graduais nas taxas de juros para a faixa de 3,25% a 3,5% até o final de 2026, à medida que a desaceleração do emprego possibilita essa flexibilização.
Em termos fiscais, o déficit do governo deverá permanecer em torno de 7,5% do PIB até 2027, uma cifra semelhante à previsão anterior. A dívidaa bruta continua em tendência de alta, alcançando 128,4% do PIB em 2027. A OCDE reitera que o país opera com um desequilíbrio estrutural, oferecendo a necessidade evidente de um “ajuste significativo” nas contas públicas.

