Em outubro, a confiança da indústria no Brasil enfrentou uma nova queda, marcando o sétimo mês consecutivo de resultados negativos, conforme informações divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,7 ponto, alcançando 89,8 pontos, após uma leve alta de 0,1 ponto em setembro.
Stéfano Pacini, economista do FGV-IBRE, destacou que esse resultado reflete a complexidade do ambiente macroeconômico atual. Apesar de uma diminuição na incerteza e um desempenho positivo do mercado de trabalho, o setor industrial permanece cético, distante de qualquer expectativa de reaquecimento na demanda e indicando uma desaceleração nas atividades para os últimos meses do ano.
O Índice de Situação Atual (ISA), que avalia a percepção dos empresários sobre as condições atuais do setor, também registrou queda de 0,8 ponto, chegando a 94,2 pontos. Este resultado está relacionado às preocupações com os altos níveis de estoques em diversos segmentos, segundo a FGV.
Adicionalmente, o Índice de Expectativas (IE), que reflete a visão sobre os próximos meses, teve um recuo de 0,7 ponto, atingindo 85,4 pontos, o pior desempenho desde junho de 2020, quando estava em 75,8 pontos. Pacini observou que o pessimismo é generalizado entre todas as categorias de uso, especialmente entre as empresas que produzem bens duráveis, que são mais afetadas pela política monetária contracionista.
O Banco Central, por outro lado, manteve a taxa básica de juros em **15%** e informou que a política monetária entra em uma nova fase, prevista para manter a **Selic** inalterada por um período prolongado, visando atingir a meta de inflação.

