O programa Reforma Casa Brasil, oficialmente lançado pelo governo federal em 20 de novembro de 2023, pode impulsionar as vendas de materiais de construção no Brasil, que têm enfrentado desafios nos últimos meses. Dados indicam que uma parcela significativa dessas vendas depende de crédito, seja através de empréstimos pessoais, cartões de crédito ou outras alternativas. Entretanto, as altas taxas de juros têm limitado as transações no setor.
O presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cássio Tucunduva, expressou preocupações em relação ao atual cenário: “O setor de construção está passando por um momento desafiador devido aos juros altos.” Ele destacou que, nos últimos dois meses, o setor registrou uma retração nas vendas, mas acredita que o programa pode reverter essa tendência. “Esse programa será extremamente benéfico tanto para os lojistas quanto para os consumidores,” afirmou Tucunduva ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A proposta inicial do Reforma Casa Brasil é realizar 1,5 milhão de contratações. Para isso, o programa contará com um orçamento total de R$ 40 bilhões, sendo R$ 30 bilhões provenientes do fundo social e R$ 10 bilhões da Caixa Econômica Federal. Os financiamentos, que variam de R$ 5 mil a R$ 30 mil por família, têm o potencial de estimular o setor significativamente.
De acordo com Tucunduva, esse financiamento pode gerar um efeito multiplicador. “Quando uma família decide reformar, o investimento pode ultrapassar os R$ 30 mil, levando-a a complementar o financiamento com recursos próprios. Assim, o impacto total no setor pode chegar a mais de R$ 40 bilhões ou R$ 45 bilhões,” disse o presidente da Anamaco.
Embora o programa entre em vigor apenas em novembro, as expectativas quanto ao seu impacto nas vendas serão mais evidentes somente em 2026. A Anamaco projeta que o faturamento do varejo de materiais de construção deve alcançar aproximadamente R$ 240 bilhões em 2025, o que representaria uma leve alta de 2,6% em comparação com 2024, quando totalizou R$ 233,8 bilhões.
Um levantamento recente da Anamaco revela que o faturamento das lojas de materiais cresceu 3,1% entre janeiro e agosto de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora esse dado não seja considerado negativo, muitos no setor notam uma percepção de deterioração nas condições de mercado.