No dia seguinte à vitória do partido La Libertad Avanza, liderado pelo presidente Javier Milei, o cenário econômico da Argentina apresentou mudanças significativas. Após semanas de tensões no mercado de câmbio, com o dólar atingindo a marca de 1.500 pesos, tanto no atacado quanto no varejo, o peso argentino recuperou parte de seu valor.
Especialistas estão debatendo se o Banco Central deve aproveitar este momento para recompor as reservas cambiais do país, adquirindo dólares, ou se seria mais prudente esperar a valorização natural da moeda local.
Na segunda-feira, 23 de outubro de 2023, o dólar atacadista fechou a 1.435 pesos, apresentando uma queda de 3,8% em relação ao fechamento da sexta-feira anterior, equivalente a uma desvalorização de 57 pesos. Durante a euforia do início do dia, a baixa chegou a 9,5%. O volume negociado no mercado à vista totalizou US$ 405,4 milhões, conforme informações do site InfoBAE, quase metade do que foi registrado nas semanas anteriores.
No mercado varejista, o dólar do Banco Nación encerrou em 1.460 pesos para venda, uma queda de 3,6%, após um recuo significativo durante o dia (-9,6%). O “dólar blue”, cotação preferida do mercado paralelo, fechou em 1.465 pesos, também apresentando queda de 3,6%, após passar quase toda a semana anterior acima de 1.500 pesos.
A consultoria 1816 indicou que a resposta exagerada do mercado poderá ser contida se o governo optar por adquirir dólares para estabilizar a taxa de câmbio nos próximos dias.
Em declarações ao jornal La Nación, Damián Vlassich, chefe da equipe de Estratégia de Investimento da IOL Inversiones, observou que a posição do governo sobre a necessidade de interromper a queda do dólar será crucial. No Clarín, a consultoria Delphos avaliou que a taxa de câmbio deverá oscilar dentro das bandas estabelecidas pelo Banco Central, embora haja o risco de alta volatilidade inicial devido ao excesso de posições de proteção adotadas por operadores recentemente.
(Com agências)

