O presidente-executivo do Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronha, expressou otimismo em relação ao desempenho econômico até 2026, principalmente em função do controle do desemprego, que está em torno de 6%. Durante um evento com jornalistas em São Paulo na terça-feira (2), o executivo também mencionou um crescimento esperado na massa salarial e uma expansão no crédito além das previsões anteriores.
Noronha projetou um crescimento de 7% para o crédito em 2026, superando a estimativa anterior de cerca de 6%. No entanto, o Bradesco ainda não divulgou suas metas oficiais para 2026. Para 2025, o banco prevê uma expansão entre 4% e 8%
O executivo ressaltou também a importância do contexto político, já que 2026 será um ano eleitoral, e destacou que a principal preocupação do país é a política fiscal. “Uma relação dívidas/PIB crescente não é sustentável”, alertou. Ele evitou, no entanto, comentar sobre a liquidação do Banco Master, ocorrida no mês anterior, e seus possíveis impactos no Fundo Garantidor de Crédito (FGC), do qual o Bradesco é um importante contribuinte.
“Precisamos observar quando houver uma formalização”, afirmou Noronha, ao ser questionado sobre a mudança nas regras do fundo em decorrência da situação do Banco Master. O executivo enfatizou que qualquer alteração deve ser decidida pelos órgãos reguladores.
O Banco Master teve um crescimento expressivo nos últimos anos, impulsionado por uma estratégia de oferta de títulos de dívida de alto rendimento, promovidos como garantidos pelo FGC. Após a liquidação, o fundo estimou um total de R$ 41 bilhões em garantias a serem pagas aos credores do Master. Até setembro, o patrimônio do FGC era de aproximadamente R$ 160 bilhões, com R$ 122 bilhões disponíveis em caixa.
O diretor executivo do FGC, Daniel Lima, declarou que a maior parte dos investidores afetados pelo colapso do Banco Master são pessoas com investimentos inferiores a R$ 250 mil, e que o prazo médio para o início dos pagamentos é de cerca de 30 dias.

