Em declaração feita nesta segunda-feira, 29 de outubro de 2023, Rodrigo Azevedo, sócio da Ibiuna Investimentos, ressaltou que, apesar das alterações nas probabilidades políticas em função da eleição presidencial de 2026, o fator mais influente nos mercados brasileiros no curto prazo é o cenário externo, e não a competição eleitoral.
Azevedo destacou que a percepção sobre a competitividade da corrida presidencial se consolidou apenas neste ano, reflexo da significativa queda na aprovação do governo Lula no primeiro trimestre. “No final de 2024, havia um consenso de que Lula tinha altas chances de reeleição. Essa visão mudou, e atualmente muitos acreditam que a disputa está em um equilíbrio de 50 a 50. Contudo, enquanto não tivermos maior clareza, os mercados continuarão a se orientar pelo ambiente global”, comentou durante um evento promovido pelo Itaú BBA em São Paulo.
O gestor apontou que o atual ambiente é caracterizado pelo processo de relaxamento monetário do Federal Reserve, que está injetando liquidez em dólares e apoiando ativos de risco. “O que a teoria macroeconômica preconiza é claro: quando o Fed reduz os juros, é hora de investir na bolsa, aplicar em juros curtos, vender dólar e comprar ouro. E essa é a dinâmica que estamos observando”, explicou.
Nesta mesma data, o preço do ouro com vencimento em dezembro atingiu um novo recorde, encerrando o pregão com alta de 1,21%, avaliado em US$ 3.855,20 por onça-troy.
Azevedo também mencionou que a Ibiuna Investimentos tem beneficiado de posições em juros curtos em diversos países, além de estratégias de venda em dólar e alocações limitadas em metais preciosos. No contexto brasileiro, ele adota uma postura cautelosa, afirmando: “Não é viável estar short em Brasil, pois uma simples mudança no cenário eleitoral pode reverter completamente as expectativas. Por outro lado, também não é prudente manter uma grande exposição sem um horizonte claro. Por isso, a nossa exposição é limitada.”
O gestor concluiu que apenas no segundo trimestre de 2026 será possível realizar análises mais fundamentadas sobre a eleição. Até lá, a política monetária global continuará a ser o principal fator para os mercados.