No dia 9 de novembro, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José David, declarou que a instituição não hesitará em aumentar a taxa Selic, caso seja necessário. No entanto, destacou a intenção de manter a taxa básica em 15% por um período prolongado.
Em sua participação em um evento promovido pela Câmara Espanhola, em São Paulo, David ressaltou que o atual ciclo de política monetária é distinto dos anteriores, especialmente devido ao nível de incerteza que permanece elevado. “Neste cenário de incerteza, a condução da política monetária que se requer é algo mais restritivo do que se teria em outros casos”, afirmou.
Ele acrescentou que, caso haja mudanças no contexto econômico, o Banco Central não encontrará dificuldades para ajustar ou aumentar a Selic. Para David, a decisão de suspender os aumentos da taxa demanda um período mais extenso de estabilidade, com o objetivo de levar a inflação para dentro da meta estabelecida.
A meta de inflação do Banco Central é 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na mesma manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, registrou um aumento de 0,48% em setembro, ligeiramente abaixo da projeção de 0,52% realizada por economistas consultados pela Reuters. Em doze meses encerrados em setembro, a inflação acumulou 5,17%, superando a expectativa de 5,22%.