Na quinta-feira (30), Estados Unidos e China anunciaram uma trégua comercial de um ano, ocorrendo após a primeira reunião entre Donald Trump e Xi Jinping em seis anos, durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), realizada em Busan, na Coreia do Sul. O acordo, que visa reduzir as tensões entre as duas maiores economias do mundo, suspende tarifas e restrições que vinham sendo implementadas.
De acordo com o comunicado conjunto das duas nações, as partes decidiram adiar por um ano a implementação de medidas que impactariam setores estratégicos. A China optou por suspender os controles de exportação sobre terras raras, enquanto os Estados Unidos congelaram a ampliação das restrições tecnológicas às subsidiárias de empresas chinesas.
Trump destacou que o “problema das terras raras foi resolvido” e avaliou a reunião como “incrível”. Ele ainda mencionou que as negociações serão revisadas anualmente, mas podem se estender além deste período. Este entendimento impede a reativação de tarifas que poderiam ultrapassar os 100% em determinados produtos.
No contexto do acordo, os Estados Unidos reduziram de 20% para 10% as tarifas sobre produtos chineses associados ao fentanil, enquanto a China se comprometeu a intensificar o controle sobre a exportação de precursores químicos desse opioide. Com essa medida, a taxa média sobre exportações chinesas diminuiu para 45%.
O Ministério do Comércio da China confirmou que ambas as nações também suspenderam por um ano as tarifas recíprocas aplicadas a embarcações e empresas de logística. Além disso, houve consenso sobre cooperação agrícola, incluindo a retoma das importações chinesas de soja americana.
O comunicado chinês ainda mencionou um compromisso de “resolver adequadamente” as questões relacionadas à operação do TikTok nos Estados Unidos. Trump indicou que a China aceitou a proposta de permitir supervisão americana sobre a plataforma no território norte-americano.
Os líderes também acertaram visitas recíprocas, com Trump programado para visitar a China em abril de 2026, e Xi Jinping se comprometendo a visitar os Estados Unidos. O tema de Taiwan não foi abordado nas conversações, segundo o presidente americano.
O encontro, que teve duração de aproximadamente 100 minutos, representou uma mudança no tom das relações entre os dois líderes. Antes da reunião, Trump descreveu Xi como “grande líder de um grande país”, enquanto o presidente chinês enfatizou a importância de Washington e Pequim serem “amigos e parceiros”.
A reação do mercado foi moderadamente negativa, com os futuros de Nova York operando em baixa logo após o anúncio. O índice Dow Jones Futuro apresentou queda de 0,17%, enquanto o S&P 500 Futuro e o Nasdaq Futuro caíram 0,03% pouco antes das 6h de Brasília.

