As vendas no varejo brasileiro registraram um crescimento de 0,5% em outubro em relação ao mês anterior e aumentaram 1,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa alta é considerada a primeira estatisticamente significativa desde março e surpreendeu os analistas, que esperavam uma queda de 0,10% na comparação mensal e de 0,20% em relação ao ano passado.
No acumulado do ano, as vendas do varejo apresentaram um aumento de 1,5%, e o crescimento nos últimos 12 meses foi de 1,7%. De acordo com Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, essa elevação de 0,5% em termos ajustados sazonalmente não é comum, pois rompe um padrão de pequenas oscilações ou resultados negativos. O aumento no volume de vendas foi observado em sete dos oito setores analisados.
Entre as atividades, destacaram-se:
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +3,2%
- Combustíveis e lubrificantes: +1,4%
- Móveis e eletrodomésticos: +1,0%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: +0,6%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +0,4%
- Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria: +0,3%
- Hipermercados, supermercados e produtos alimentícios: +0,1%
O único setor com desempenho negativo foi o de Tecidos, Vestuário e Calçados, que apresentou uma queda de 0,3%. Santos atribui essa baixa especialmente à categoria de moda e acessórios.
Apesar disso, na comparação de setembro para outubro, o comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, cresceu 1,1%. Neste segmento, os destaques foram:
- Veículos e motos, partes e peças: +3,0%
- Material de construção: +0,6%
O desempenho do comércio varejista foi impulsionado em grande parte por vendas de veículos e pelo atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Na comparação anual, o comércio varejista também obteve um crescimento de 1,1%, com altas em seis dos oito setores, como:
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +8,1%
- Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria: +5,7%
- Móveis e eletrodomésticos: +3,5%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +2,0%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: +0,9%
- Hiper e supermercados, produtos alimentícios: +0,3%
O setor de Tecidos, Vestuário e Calçados apresentou a única queda, de 3,3%. A categoria de Combustíveis e lubrificantes manteve-se estável, com variação em 0,0%.
No segmento de comércio varejista ampliado, as vendas de veículos, motos, partes e peças diminuíram 4,3% em relação a janeiro de 2024, enquanto o material de construção caiu 3,9%. Em contrapartida, o setor de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou um avanço de 1,9%.

