A adoção da meta contínua de inflação pelo Banco Central representa uma importante alteração no modelo de controle da economia.
Atualmente, a meta de inflação é estabelecida para um período fechado de janeiro a dezembro de cada ano.
No entanto, com a meta contínua, o horizonte de tempo considerado não precisa estar restrito ao mesmo ano, levando em conta meses imediatamente anteriores.
A decisão de adotar a meta contínua foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
E conta com a participação de autoridades como o presidente do Banco Central, Campos Neto, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Essa mudança no modelo da meta de inflação vinha sendo defendida pela equipe econômica.
A nova abordagem da meta de inflação
No modelo atual, o objetivo é que a inflação acumulada desde janeiro até dezembro fique dentro da meta estabelecida para o ano em questão.
No caso de 2023, por exemplo, o centro dessa meta é de 3,25%. Já na meta contínua, o objetivo é que a inflação esteja dentro da meta ao longo de um horizonte de tempo, independentemente de uma data específica de encerramento.
O ministro Haddad afirmou que o governo tem a intenção de trabalhar com um horizonte de 24 meses. Dessa forma, a inflação seria monitorada e avaliada ao longo desse período, permitindo uma resposta mais adequada e flexível por parte do Banco Central.
A implementação da meta contínua
A mudança para a meta contínua entrará em vigor a partir de 2025, quando se inicia um novo mandato presidencial no Banco Central. Isso significa que o controle da inflação adotará esse novo formato no futuro, trazendo uma perspectiva de maior adaptabilidade às condições econômicas.
As vantagens da meta contínua
A equipe econômica acredita que a adoção da meta contínua trará benefícios significativos. Com esse novo modelo, o controle da inflação poderá ser realizado de maneira mais adequada, levando em consideração o momento específico da economia.
Atualmente, o Banco Central utiliza a taxa de juros como uma das principais ferramentas para controlar a inflação. Quando a inflação aumenta, a taxa de juros é elevada para conter o avanço dos preços. No entanto, juros altos podem ter impacto negativo no crescimento econômico.
Com a meta contínua, picos extraordinários de inflação causados por fatores temporários podem ser absorvidos nos meses seguintes, evitando a necessidade imediata de aumentar os juros.
Essa flexibilidade permitirá uma gestão mais eficiente da inflação e do crescimento econômico de forma equilibrada.