O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou recentemente uma mudança importante em seu sistema de concessão de vistos de trabalho H-1B. A partir de 27 de fevereiro de 2026, a tradicional loteria que seleciona os candidatos para esses vistos será substituída por um novo método que dará prioridade a trabalhadores estrangeiros com habilidades mais avançadas e salários mais altos.
Essa alteração ocorre em um contexto de críticas à maneira como o programa de vistos H-1B foi gerido anteriormente. O sistema de seleção aleatória era frequentemente acusado de ser explorado por empresas americanas que buscavam contratar trabalhadores estrangeiros dispostos a receber salários inferiores aos dos americanos. A mudança busca assegurar que os vistos sejam concedidos a profissionais que realmente agreguem valor ao mercado de trabalho dos Estados Unidos.
De acordo com informações do governo, essa nova abordagem funcionará com um processo de seleção ponderado, que aumentará as chances de alocação dos vistos para trabalhadores mais qualificados. O objetivo é fortalecer setores estratégicos da economia americana, como saúde e educação, além de promover inovação.
Além disso, em uma medida recente, o ex-presidente Donald Trump instituiu uma taxa anual de 100 mil dólares para a concessão dos vistos H-1B para trabalhadores altamente qualificados. Essa decisão, que está sendo contestada judicialmente, faz parte de uma série de ações que visam reformar o programa de vistos. Outra proposta do ex-presidente foi a criação do visto “gold card” que oferece um caminho para a cidadania americana para indivíduos com alto poder aquisitivo.
Historicamente, os vistos H-1B eram distribuídos por meio de um sorteio, com um limite de 65 mil novos vistos por ano, além de 20 mil para portadores de diplomas de mestrado ou superiores. Em 2023, a Amazon destacou-se como a empresa que mais recebeu esses vistos, com mais de 10 mil aprovações, seguida por outras grandes empresas como Tata Consultancy Services, Microsoft, Apple e Google. O estado da Califórnia concentra a maior parte dos trabalhadores com visto H-1B.
Defensores do programa argumentam que ele é uma ferramenta vital para a contratação de profissionais qualificados, necessária para preencher vagas em áreas especializadas que enfrentam escassez de mão de obra. No entanto, críticos afirmam que muitas vezes os vistos são concedidos para posições de nível básico, o que contraria o propósito inicial de proteger os trabalhadores americanos e evitar a pressão sobre os salários.

