Bruce Springsteen é uma das figuras mais icônicas do rock, e seu novo filme, “Deliver Me From Nowhere”, traz à tona uma parte dolorosa de sua vida. Com 76 anos, Springsteen aparece saudável e ativo, ao lado de seu gerente Jon Landau e do diretor Scott Cooper, durante uma exibição do filme em Nova York. Diferentemente do documentário sobre Bob Dylan que estreou no ano passado, este filme foi uma proposta que Springsteen decidiu aceitar, após muitos anos rejeitando ofertas para levar sua história ao cinema.
O longa-metragem revela a crise existencial que Springsteen enfrentou, marcada por traumas de infância e relações complicadas com seu pai, Doug, interpretado por Stephen Graham. Esses conflitos familiares influenciaram muito suas músicas, mas também afetaram sua capacidade de se comprometer em relacionamentos e lidar com a fama que estava prestes a chegar.
Músicos renomados como Bono, Paul McCartney e Eddie Vedder comentaram sobre o filme, que altera a percepção que muitos têm da vida do artista, mostrando um lado mais vulnerável e as dificuldades que ele enfrentou ao criar seu aclamado álbum “Nebraska”.
Com uma narrativa intimista, “Deliver Me From Nowhere” foge do modelo convencional de musicais de jukebox, apresentando uma história de luta interna e descoberta. O ator Jeremy Allen White interpreta um jovem Bruce, passando por uma crise pessoal intensa, enquanto o ator Jeremy Strong faz o papel de Jon Landau.
Springsteen explica que a decisão de abordar essas questões em um filme veio de seu desejo de contextualizar sua vida e a criação do álbum “Nebraska”. Ele fala sobre os desafios emocionais que enfrentou ao longo dos anos, especialmente na transição para a vida adulta, onde começou a questionar sua infância e o impacto da relação com seus pais em sua identidade.
Em conversas com Cooper e Landau, Springsteen enfatiza que não queria um filme que exaltasse suas conquistas, mas que mostrasse suas dificuldades e vulnerabilidades. Ele acredita que esse retrato honesto de sua vida pode ressoar com pessoas que enfrentam problemas semelhantes.
O diretor Scott Cooper, por sua vez, expressa a importância de uma representação autêntica de Bruce e ressalta que o filme não segue o formato tradicional de biopics. Ele pretende explorar a luta criativa e o desenvolvimento pessoal de Springsteen de uma forma que dialoga com o público.
“Deliver Me From Nowhere” promete ser um olhar sensível sobre o homem por trás das canções, revelando como seu passado moldou sua arte e suas relações pessoais. O filme evidencia a complexidade de ser um artista e as várias facetas de Bruce Springsteen, um ícone que continua a se reinventar e a tocar o coração de milhões.

