O cineasta Edgar Wright, conhecido por seu trabalho em filmes como “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, revelou os desafios que enfrentou ao abandonar o projeto do filme “Ant-Man” da Marvel Studios. Ele passou anos desenvolvendo o roteiro, mas quando chegou o momento de começar a produção, a Marvel havia mudado significativamente, criando um novo contexto para o filme.
Inicialmente, a ideia de Wright era criar um filme de super-herói que se destacasse, mas a expansão do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) tornou necessário que “Ant-Man” se encaixasse em um mundo muito maior. Wright, que já tinha até escalado os atores Paul Rudd e Evangeline Lilly, acabou decidindo não seguir em frente com o projeto. Peyton Reed foi escolhido como seu substituto e dirigiu a versão final do filme, lançada em 2015, que foi considerada um sucesso moderado tanto em crítica quanto em bilheteira.
Mesmo com a mudança de direção, muitos dos conceitos criados por Wright foram incorporados em “Ant-Man”. No entanto, a sequência, “Ant-Man and The Wasp”, e o filme mais recente, “Ant-Man and The Wasp: Quantumania”, lançados em 2023, foram recebidos com críticas menos favoráveis e mostraram uma queda na qualidade em comparação com a primeira produção.
Em entrevistas recentes, Wright foi questionado sobre a possibilidade de trabalhar com James Gunn e a DC Studios, já que Gunn, um dos co-CEOs da DC, tem defendido um estilo de trabalho que prioriza a visão dos cineastas. Wright declarou que sua decisão de se afastar de “Ant-Man” estava relacionada à nova formulação de produções da Marvel, que envolvia uma abordagem padronizada e estruturada para os filmes. Ele comentou que após oito anos de trabalho no roteiro, encontrou uma nova “fórmula” que não se alinhava mais com sua visão criativa.
Wright também mencionou que a experiência de outros diretores, como Tim Burton no “Batman” de 1989 e Sam Raimi em “Spider-Man”, o inspirou. Ele elogiou a singularidade desses projetos, que se destacavam por suas características pessoais e inovadoras em um cenário de grandes estúdios.
Com relação a sua saída da Marvel, Wright ressaltou o impacto que teve na empresa, fazendo com que a equipe buscasse rapidamente um novo diretor após sua decisão. Contudo, ele e Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, conseguiram deixar as diferenças de lado e se reconectar. Recentemente, eles trocaram mensagens e até colaboraram em uma publicação, marcando a primeira comunicação após seis anos.
Embora Wright tenha brincado que daria um abraço em Feige quando se encontrassem novamente, não há previsões concretas sobre uma possível colaboração futura entre ele e os estúdios da Marvel ou da DC. A possibilidade de participar de projetos independentes na DC, como os projetos “Elseworlds”, parece um pouco mais viável, mas ainda não há confirmações.

