Uma agente de segurança federal, que estava sendo investigada por suposta ligação com o ataque a bomba ocorrido no dia 5 de janeiro de 2021, conseguiu se desvincular das acusações ao apresentar um álibi. Ela forneceu um vídeo em que aparece brincando com seus cachorros no momento em que as bombas foram colocadas. Após essa comprovação, o FBI descartou seu nome como suspeito na investigação, mas não antes de sua identidade ter circulado em redes sociais e em um site de notícias conservador.
O caso gerou preocupações entre autoridades seniores da administração Trump sobre como o nome de uma mulher inocente foi vinculado publicamente a esse crime. A identidade da agente e o local em que trabalha não foram revelados, uma vez que a agência federal responsável por sua segurança optou por não comentar.
Fontes relataram que um memorando, elaborado por uma unidade sob a direção da então diretora de Inteligência Nacional, foi redigido para identificar a agente e descrever alegações de que ela teria colocado os dispositivos explosivos em frente aos escritórios dos partidos Democrata e Republicano. A elaboração do documento ocorreu após a direção de Inteligência Nacional receber informações de uma fonte externa.
A nota, que não estava finalizada, foi enviada a altos funcionários da agência onde a agente trabalha. Informações contidas nesse memorando também chegaram até alguns membros da administração Trump, criando a expectativa de que o caso, que se arrasta há quase cinco anos, poderia finalmente ser esclarecido. No entanto, a divulgação do memorando pegou alguns agentes do FBI, do Departamento da Justiça e da Casa Branca de surpresa.
O órgão de Inteligência Nacional (ODNI) tem a responsabilidade pela coleta de informações estrangeiras e capacidades limitadas de investigação doméstica, enquanto o FBI supervisiona a investigação das bombas. Pouco tempo depois que o memorando começou a circular, o site de notícias conservador Blaze News publicou detalhes semelhantes, incluindo o nome completo da agente, após a análise de vídeos e um software que avaliava seu padrão de caminhada, comparando-o ao de uma pessoa vista em imagens de segurança.
O Blaze News afirmou que confirmou suas informações por diversas fontes de inteligência. Fontes dizem que o memorando, classificado e com o cabeçalho do ODNI, foi escrito por um integrante da equipe de Gabbard, responsável por lidar com ações ligadas à transparência e à responsabilidade das agências de inteligência. Não foi possível contatá-lo para obter sua versão dos fatos.
Um porta-voz do ODNI afirmou que a agência seguiu seu dever legal ao relatar informações recebidas sobre as atividades de um membro da comunidade de Inteligência e que os responsáveis não chegaram a conclusões prévias sobre o caso. A divulgação da matéria do Blaze News gerou grande repercussão na mídia e discussões nas redes sociais, especialmente entre apoiadores de Trump.
A história chegou ao conhecimento de Trump, mas a forma como chegou até ele não está clara. O incidente das bombas permanece como um mistério ligado aos eventos que cercaram o Capitólio na véspera do motim de 6 de janeiro. Até o momento, não há suspeitos presos ou identificados, embora o FBI tenha afirmado que os dispositivos eram viáveis e não detonaram.
Fontes relataram que o responsável pela redação do memorando obteve informações confidenciais sobre a agente, incluindo seu local de trabalho e número de Previdência Social. A diretora Gabbard se afastou do caso, esclarecendo que a informação sobre a mulher se espalhou sem seu conhecimento, enquanto estava fora do país.
Diversas fontes comentaram que essa situação e outras foram vistas por algumas autoridades da administração como uma violação das competências do escritório de inteligência nacional. O FBI continua a buscar novas pistas na investigação das bombas. A agente colaborou com o FBI e seu advogado afirmou que ela não cometeu nenhuma irregularidade. Depois de um curto período de licença, ela retornou ao trabalho.

