Remy Sweeney-Garrett está ansiosa para vacinar suas filhas contra a COVID-19, mas até agora não conseguiu. Ela, que mora em Seattle, expressa sua preocupação e frustração. Sua filha mais nova, Maeve, de 18 meses, é especialmente vulnerável a complicações respiratórias, e a falta de vacinas disponíveis a preocupa.
O problema se deve à ausência de diretrizes finais do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) para a vacinação infantil. Essas diretrizes são essenciais para que o programa federal de Vacinas para Crianças comece a distribuir as doses. Aproximadamente metade das crianças nos EUA pode ser vacinada através desse programa.
O atraso no posicionamento do CDC é visto como incomum. Normalmente, a agência se manifesta rapidamente em situações de emergência. Essa demora gerou confusão tanto entre os pais quanto entre os profissionais de saúde. Dr. Susan Kansagra, chefe médica da Associação de Oficiais de Saúde Estaduais e Territoriais, afirma que o atraso levantou muitas dúvidas sobre o status da vacinação.
Sweeney-Garrett não está sozinha em sua luta para vacinar as filhas. Dr. Elias Kass, médico da família, relata que todos os dias os pais perguntam sobre as vacinas contra a COVID-19, mas a falta de previsibilidade em relação ao fornecimento é frustrante. Ele destaca que há uma oportunidade de prevenir doenças, mas que a sociedade está perdendo essa chance.
O atraso do CDC também afeta adultos que buscam se vacinar. Muitos enfrentam uma confusa diversidade de regras estaduais que dificultam o acesso às vacinas. Embora alguns estados tenham tomado medidas para facilitar a vacinação, outros ainda exigem receitas médicas, e alguns farmacêuticos não estão atendendo pessoas que não conseguem comprovar a elegibilidade.
A situação é considerada uma “bagunça” por Dorit Reiss, especialista em políticas de vacinação. Ela critica a falta de ação e acredita que isso poderá prejudicar a saúde pública, aumentando os casos de COVID-19.
Até o momento, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que supervisiona o CDC, não se manifestou oficialmente sobre a situação. Este ano, o processo de vacinação contra a COVID-19 se mostrou especialmente confuso. Até recentemente, qualquer pessoa a partir de 6 meses poderia ser vacinada por um farmacêutico sem necessidade de receita. No entanto, em 2023, a FDA aprovou novas vacinas apenas para grupos de risco, o que gerou ainda mais incertezas.
Após uma reunião conturbada, o comitê consultivo do CDC, que teve a composição influenciada por membros contrários à vacinação, propôs recomendações que incluem novas exigências para a vacinação, além de permitir que mais farmacêuticos apliquem as vacinas e aumentem a elegibilidade.
Entretanto, o CDC ainda não aceitou essas recomendações, o que mantém a situação em espera. Dr. Kansagra ressalta que a falta de ação é um problema significativo para o acesso à vacinação. Com a proximidade da estação de doenças respiratórias no inverno, há preocupações sobre a gravidade da situação. Dr. Philip Huang, diretor de Saúde e Serviços Humanos de Dallas, prevê um possível agravamento da situação e lamenta como a incerteza atual está dificultando o trabalho das equipes de saúde.