Na última quinta-feira, foi lançado um mini documentário intitulado “72 Hours in Lagos”. O filme acompanha três produtoras musicais em Lagos, na Nigéria, e foi realizado em parceria entre a artista Tems e a empresa Native Instruments.
O documentário apresenta as histórias de Saszy Afroshii, TinyBraz e Gbots, que descrevem Lagos como uma cidade caótica, mas rica em inspiração. O projeto faz parte da primeira edição da Leading Vibe Initiative, que tem como objetivo apoiar e promover a próxima geração de mulheres na música. A Native Instruments participa do projeto oferecendo treinamento, mentoria, além de software e hardware de qualidade. Tems, que faz parte do conselho de artistas da empresa, está na companhia de outros profissionais renomados da indústria musical.
Saszy Afroshii, que já trabalhou com artistas como Fave e Tiwa Savage, comenta que, mesmo em meio ao frenesi de Lagos, é difícil encontrar oportunidades. Ela ressalta a importância do apoio entre mulheres na indústria musical, comumente dominada por homens. Saszy compartilha sua experiência ao entrar em estúdios e perceber que muitas vezes não é reconhecida como produtora devido ao estereótipo de que essa profissão é apenas para homens. Ela enfatiza a necessidade de mudar essa percepção e valoriza a conquista de mulheres que superam barreiras.
A cantora Tems, que ganhou reconhecimento internacional, revelou que aprendeu a produzir e a gravar sua própria música através de tutoriais no YouTube enquanto estudava economia na África do Sul. Ela afirma que essa aprendizagem a ajudou a criar um som mais autêntico e verdadeiro, refletindo melhor sua identidade musical. Em agosto, Tems lançou a Leading Vibe Initiative e organizou um seminário de dois dias para um grupo de 20 mulheres, oferecendo treinamento prático e a chance de se conectar com profissionais da indústria musical. Em setembro, ela levou a iniciativa para Nairobi, no Quênia.
TinyBraz, também conhecida como DJ e produtora com o nome de Purple Halo, falou sobre a importância de ser autêntica como artista. Ela compartilha que sua antiga gravadora tentava direcioná-la a um estilo considerado mais “feminino”, o que não se alinhava com sua identidade. O incentivo de Tems para que as artistas se mantenham firmes em suas convicções ajudou-a a decidir seguir seu próprio caminho, buscando independência na música.
A artista também levou as câmeras até seu antigo estúdio, chamado “Purple Island”, um espaço criativo onde encontrou várias colaborações com dançarinos, designers e outros criativos.
Gbots, que já trabalhou com artistas como Olamide e CKay, menciona que a escassez de mulheres produtoras a fez sentir-se como uma “fora da curva”. Para mudar essa realidade, em 2022, ela fundou a comunidade We Are ProducHERS, um espaço seguro que promove a presença de mulheres na música.
O documentário “72 Hours in Lagos” destaca a luta e a resiliência das mulheres na indústria musical, incentivando o protagonismo feminino no cenário artístico.

